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Ex-CEO da Disney minimiza fracasso de “Cavaleiro Solitário"

“A grande vantagem da Disney é que ela é uma companhia tão grande, que um tropeço como esse não vai ter nenhum efeito”, disse Michael Eisner


	Johnny Depp em cena de "O Cavaleiro Solitário": Barton Crockett, analista da Lazard Capital Markets, estima que a companhia terá que amortizar dívidas por até US$ 190 milhões pelo filme
 (Divulgação)

Johnny Depp em cena de "O Cavaleiro Solitário": Barton Crockett, analista da Lazard Capital Markets, estima que a companhia terá que amortizar dívidas por até US$ 190 milhões pelo filme (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2013 às 13h56.

Los Angeles - Michael Eisner, que foi presidente da Walt Disney Co. durante 21 anos, afirmou que seu sucessor, Robert Iger, deveria continuar no cargo depois que o mandato, que já foi prolongado recentemente, acabar.

“Se eu tivesse que escolher, ele ficaria mais tempo. Quem sabe, talvez ele fique”, disse Eisner em entrevista no dia 10 de julho com a Bloomberg Television na conferência da Allen Co. em Sun Valley, Idaho. “Quanto mais tempo ele ficar, melhor para os acionistas”.

Eisner minimizou as consequências financeiras do filme “O cavaleiro solitário”, um fracasso de bilheteria da Disney.

A companhia também produziu o filme mais popular de 2013, “O homem de ferro 3”, que arrecadou US$ 1,2 bilhão no mundo inteiro, segundo a empresa de pesquisas do ramo Box Office Mojo. Eisner e Iger participaram da reunião anual de executivos de finanças, entretenimento e tecnologia.

“A grande vantagem da Disney é que ela é uma companhia tão grande, ao contrário do que era quando eu cheguei, que um tropeço como 'O cavaleiro solitário' não vai ter nenhum efeito”, disse Eisner. “Os parques de diversões são fortes e eles têm todos esses filmes da Marvel, da Pixar e da 'Guerra nas estrelas' para estrear”.

Iger, 62, é o presidente da maior companhia de entretenimento do mundo desde que ficou no lugar de Eisner em 2005. A Disney, com sede em Burbank, Califórnia, anunciou em 1 de julho que prolongaria o mandato de Iger por 15 meses, até junho de 2016, alegando a rentabilidade total de 193 por cento dos acionistas obtida sob seu comando. Iger também é presidente do conselho da companhia.


Na semana passada, a Disney lançou “O cavaleiro solitário”, um filme de US$ 225 milhões com Johnny Depp, que foi mal recebido pelos fãs. Barton Crockett, analista da Lazard Capital Markets, estima que a companhia terá que amortizar dívidas por até US$ 190 milhões pelo filme.

Iger opina

Em entrevista na conferência, Iger disse que a ideia de prolongar seu mandato era boa e mencionou os filmes bem-sucedidos feitos pela companhia em 2013, como o filme da Pixar “Universidade Monstros” – US$ 406 milhões em vendas no mundo inteiro– e “Homem de ferro 3”. Ele não respondeu a uma pergunta sobre amortização de dívidas pelo filme “O cavaleiro solitário”.

“Fizemos dois filmes bem-sucedidos e outro que não teve tanta sorte”, disse Iger. No ano passado, a Disney comprou a Lucasfilm Ltd., criadora de “Guerra nas estrelas”, por US$ 4,05 bilhões, e foi Iger quem impulsionou a aquisição da Pixar Animation em 2006.

Eisner, 71, deixou a companhia após uma discussão muito divulgada com os membros do conselho, incluindo a Roy Disney, sobrinho do fundador da companhia.


Agora ele é diretor da Tornante Co., com sede em Los Angeles, que investiu em novos negócios midiáticos como a Vuguru LLC, um estúdio independente que cria programas roteirizados para plataformas online e internacionais.

O veterano executivo de mídia disse que o foco de Hollywood em filmes de ação caros com potencial para se transformarem em vários filmes está cheio de riscos.

“Não podem perder”

“As pessoas, não só na Disney, mas na indústria, pensam: ‘ah, é só pegar uma marca e pôr dinheiro nela para ganhar de bilhões de dólares em ativos’. Até os atores acham que não podem perder”, disse Eisner. Ele acrescentou que a melhor tática é começar com filmes menores e ideias novas.

“Acho que o fracasso de “O cavaleiro solitário”, e esse é apenas um de muitos, está despertando a consciência na indústria sobre o que fazer com filmes”.

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