Vale: para empresa, declarações de ex-funcionário são infundadas (Divulgação)
Tatiana Vaz
Publicado em 20 de abril de 2013 às 12h04.
São Paulo – Demitido depois de seis anos de trabalho na Vale, o ex-gerente André Almeida fez perante a Justiça Trabalhista do Espírito Santo e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, no mês passado, acusações de que a companhia fazia espionagem em benefício próprio. As informações são da coluna Radar, da Revista Veja.
Almeida trabalhava no Serviço de Inteligência em Segurança Empresarial da Vale e afirmou à justiça e ao MPF que diretores da empresa mandavam grampear funcionários, obter contas telefônicas de jornalistas e infiltrar pessoas em movimentos sociais, de acordo com informações da coluna.
Ele teria feito parte das iniciativas de “trabalho sujo” e ainda afirmou que fazia pagamentos aos infiltrados da empresa no MST, no Movimento Justiça nos Trilhos e participava da instalação de interceptações telefônicas para vigiar funcionários. Almeida ainda forneceu nomes de pessoas jornalistas grampeados e de dois diretores que passavam a ele as ordens de espionagem.
Para a Vale, as informações são infundadas, fruto do inconformismo de Almeida por ter sido “demitido por justa causa em função de, dentre outros motivos, ter usado o cartão de crédito corporativo de forma indevida”. A empresa admite que contratou dois funcionários licenciados da Abin que trabalharam, respectivamente, por 1 e 3 anos na empresa.
A empresa nega que tenha infiltrado pessoas em movimentos sociais e que tenha acesso a imposto de renda e grampos de pessoas. No entanto, ainda segundo Veja, admite que na gestão do antigo presidente, Roger Agnelli, fez vários funcionários abrirem mão de sigilo telefônico para descobrir quem havia falado com jornalistas que publicaram matérias sobre uma negociação em andamento.