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Ex-dono do banco Santos critica leilão de seus vinhos

Edemar Cid Ferreira afirma que venda de vinhos é tentativa de ocultar maus cuidados, e não para levantar dinheiro para credores da sua falência

Edemar Cid Ferreira, ex-presidente do Banco Santos (Otávio Dias)

Edemar Cid Ferreira, ex-presidente do Banco Santos (Otávio Dias)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 11h44.

São Paulo - No próximo dia 24, 1.200 garrafas de vinho que pertencem à Edemar Cid Ferreira irão a leilão. Com a investida, o administrador judicial da massa falida do empresário espera levantar no mínimo 426.728 reais. Edemar era dono do banco Santos, que foi à lona em 2004 depois da descoberta de um rombo de 2,3 bilhões de reais. Os credores ainda lutam na Justiça para reaver parte do dinheiro perdido. Condenado a 21 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro, Edemar entrou com recurso contra as sentenças e ainda aguarda a decisão final da Justiça.

Nesta terça, o banqueiro enviou uma nota à imprensa afirmando que as garrafas estariam estragadas. Conhecido por um estilo extravagante e pelas suntuosas obras de arte expostas na sua casa no Morumbi, em São Paulo, Edemar criticou o administrador judicial da massa falida, Vânio Aguiar, afirmando que ele teria recebido o laudo de um perito indicando avançada deterioração das bebidas. O documento teria sido solicitado pelo próprio Aguiar.

Falta de cuidados

À EXAME.com, Edemar disse que a intenção do administrador seria se desfazer dos vinhos para eliminar as provas da má conservação. "Ele foi relapso na administração da casa e não cumpriu o ritual necessário para preservação das obras de arte e dos vinhos". Segundo Edemar, o desligamento do sistema de refrigeração da adega teria transformado o ambiente em "uma estufa", danificando a qualidade das bebidas. Fazem parte da coleção de Edemar rótulos premiados no mundo inteiro. O lote mais caro contêm 11 garrafas de champanhe Cristal no valor de 11.420 reais.

Edemar sustenta ainda que a não utilização de cortinas de blackout teria danificado 100 das 600 obras de arte presentes na casa, assinadas por nomes como Portinari, Di Cavalcanti, Volpi e Irving Penn.

O imóvel passou a fazer parte da massa falida do banco Santos depois que Edemar foi condenado por gestão fraudulenta. O banqueiro saiu da mansão em janeiro de 2011, após credores solicitarem seu despejo pelo não pagamento de aluguel. Na mesma época, Vânio Aguiar foi nomeado fiel depositário da casa. Com 4.100 metros quadrados de área construída, a residência foi projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake e erguida a um custo de 143 milhões de reais.

Procurado, Aguiar não se pronunciou até a publicação da matéria. 

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