Segundo advogado, Eike não teria cumprido um acordo de sociedade que os dois haviam firmado (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
Rio - O engenheiro e ex-presidente da BR Distribuidora Rodolfo Landim, que por quatro anos foi o braço direito de Eike Batista nas empresas do grupo EBX, entrou com uma ação contra seu antigo chefe e atual desafeto. De acordo com informações do advogado de Landim, Sérgio Tostes, Eike não teria cumprido um acordo de sociedade que os dois haviam firmado. "Havia uma relação de sociedade, mas Eike não cumpriu sua parte", afirmou.
O processo, que trata de "dissolução da sociedade, danos material e outros", foi distribuído na terça-feira, 31, para a 4ª Vara Empresarial do Rio e deve chegar hoje às mãos de um juiz. Procurado, o Grupo EBX ainda não se manifestou sobre a ação.
A saída de Landim do grupo foi anunciada em abril passado, depois de o empresário e o executivo entrarem em sérios desentendimentos. No cerne da briga, está o pagamento de bônus e participações que teria sido acertado quando Eike convidou Landim para deixar a BR Distribuidora e integrar o grupo EBX, atraído por um salário mensal de R$ 300 mil.
Na época, o grupo de Eike era avaliado em US$ 300 milhões, quase 1% do que valia quando Landim deixou o conglomerado: US$ 27 bilhões. O contrato de Landim também lhe dava direito a 1,5% da Centennial, a empresa pessoal de Eike que, na estrutura societária, fica acima da holding EBX.
Ao lado de Eike, Landim participou das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) de cinco empresas do grupo, MMX (mineração), LLX (logística), OGX (petróleo), MPX (energia) e OSX (navegação), hoje avaliadas juntas em dezenas de bilhões de reais.
Redução em bônus
No entanto, ao longo dos anos, o valor dos bônus dos principais executivos do grupo EBX foi reduzido, especialmente após a crise financeira mundial. O argumento usado por Eike era de que o pagamento de bônus a executivos era um dos motivos causadores da crise. Em 2009, houve uma debandada de executivos do grupo que estavam insatisfeitos com as novas regras. Landim, no entanto, permaneceu.
Outro ponto de atrito foi o anúncio, por parte de Landim, de que escreveria um livro intitulado "Fator X" sobre os bastidores da criação da fortuna de Eike.
Quando o rompimento veio à tona em abril, Eike se antecipou e anunciou que Landim teria recebido R$ 165.628.144,00 durante os quatro anos em que permaneceu no grupo e que tinha desistido de pagar um adicional de US$ 4 milhões alegando mau desempenho do executivo.
Landim deixou a BR tido como um dos melhores executivos da Petrobrás. Nos quadros da estatal, o engenheiro cultivou boas relações com a então ministra e hoje candidata presidencial Dilma Rousseff.
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