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Startup de "carro voador" da Embraer vai ter ações na bolsa de Nova York

A Eve deverá captar mais de US$ 500 milhões com a operação, assumindo que nenhum dos acionistas da Zanite resgate suas ações

eVTOL da Embraer com GlobalX (Exame/Divulgação)

eVTOL da Embraer com GlobalX (Exame/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 9 de maio de 2022 às 16h28.

Última atualização em 10 de maio de 2022 às 11h18.

A startup Eve, empresa da Embraer que tem como missão desenvolver "carros voadores", como são conhecidos os veículos de pouso e decolagem vertical (eVTOLs), anunciou nesta segunda-feira que concluiu a fusão com a Zanite Acquisition, empresa americana de aquisições voltada para o setor de aviação e que tem capital aberto. Com isso, a partir da próxima terça-feira, a empresa passará a ter ações negociadas na bolsa de Nova York.

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O negócio é um passo relevante para que a Eve possa levantar capital para desenvolver seu projeto de eVTOL, um mercado ainda embrionário, mas que é visto no mercado de aviação e mobilidade urbana como potencialmente disruptivo e revolucionário.

Há dezenas de startups em competição para desenvolver o veículo mais eficiente e, principalmente, para obter a primeira certificação de veículo do tipo junto a órgãos reguladores, especialmente na Europa e nos Estados Unidos.

Como a Zanite tem capital aberto, a combinação entre as duas empresas na prática significa a entrada da Eve no mercado de ações americano. Até o fechamento da operação, a Embraer detém 238,5 milhões de ações ordinárias da Eve Holding, o que representra 90% das ações com direito a voto da empresa. As ações ordinárias remanescentes são de titularidade dos atuais acionistas da Zanite, do patrocinador da Zanite e de demais investidores.

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Com o negócio, a Zanite muda seu nome para Eve Holding e terá suas ações retiradas da Nasdaq após o fechamento do mercado desta segunda, 9 de maio. As ações ordinárias e warrants (bônus de subscrição) da empresa devem começar a ser negociados na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) nesta terça sob os símbolos "EVEX" e "EVEXW", respectivamente.

Em nota, o copresidente da Eve, André Stein, diz que a operação "é um marco importante, fornecendo capital e suporte estratégico para atuarmos de forma relevante na aceleração do ecossistema global de mobilidade aérea urbana. Essa transação fornece à Eve capital de crescimento e bom posicionamento para executar seus planos de desenvolvimento".

A Eve deverá captar mais de US$ 500 milhões com a operação, assumindo que nenhum dos acionistas da Zanite resgate suas ações.

A Zanite é uma empresa de aquisições e nunca teve objetivo de desempenhar uma atividade diretamente ou vender um produto, e sim contar com a expertise de seus gestores e com os recursos levantados na abertura do capital (IPO) para comprar uma empresa operacional já existente.

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Quando de seu anúncio, em dezembro, a transação atribuiu valor à Eve de US$ 2,9 bilhões.

Antes do fechamento da operação, em 6 de maio, houve ainda uma operação Pipe (do inglês Private Investment in Public Equity), aquisição de capital acionário relevante, de US$ 357,3 milhões.

Desse montante, US$ 185 milhões foram investidos pela Embraer, em troca de 18,5 milhões de ações ordinárias da Eve. Outros US$ 25 milhões vieram dos controladores da Zanite e US$ 147 milhões de um consórcio entre os principais investidores financeiros e estratégicos, incluindo o operador de infraestrutura Acciona o banco Bradesco BBI, as linhas aéreas Falko Regional Aircraft e Republic Airways, a montadora Rolls-Royce, e além de Azorra Aviation, BAE Systems, SkyWest Inc., Space Florida e Thales USA.

Haverá ainda um aumento de US$ 52,3 milhões posterior à operação para contemplar compromissos com investidores como Thales, Acciona e Space Florida.

(Por Agência O Globo)

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