Bananas da Chiquita Brands International são vendidas em um mercado de Washington, capital dos Estados Unidos (Paul J. Richards/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 11h21.
Bruxelas - A Comissão Europeia autorizou nesta quarta-feira a compra da empresa de banana americana Chiquita Brands pelos grupos dos magnatas brasileiros José Luis Cutrale e Joseph Safra.
Segundo um comunicado, o Executivo comunitário concluiu que "a proposta de compra não gera problemas de concorrência, dada a mínima superposição entre as atividades da Chiquita e da Cutrale, enquanto o Safra não tem atividades no mesmo setor que Chiquita ou Cutrale".
Os magnatas brasileiros José Luis Cutrale e Joseph Safra anunciaram no fim de outubro a compra da Chiquita Brands por 1,3 bilhão de dólares, em uma operação que inclui a dívida da empresa americana.
Com essa oferta, a Chiquita desistiu de se aliar à importadora e distribuidora irlandesa de frutas exóticas Fyffes.
A empresa americana, que se tornará uma filial da Cutrale-Safra, terá uma nova sede em Nova Jersey (noroeste dos Estados Unidos). Os grupos brasileiros não forneceram mais detalhes a respeito da nova associação, como, por exemplo, a divisão de capitais.
A Chiquita emprega 20.000 pessoas e opera em 70 países. Ela tem sede em Charlotte (Carolina do Norte).
O Cutrale Group é um produtor de frutas (pêssegos, maçãs e limões, entre outros), mas é conhecido principalmente por seus sucos de laranja (um terço do mercado mundial). A empresa tem um valor de mercado de 5 bilhões de dólares.
O fundo de investimentos do Grupo Safra administra ativos no valor de 200 bilhões de dólares no mundo.
Seu fundador, o bilionário Joseph Safra, é proprietário dos bancos Safra National Bank of New York, Banco Safra no Brasil e Bank Jacob Safra Switzerland e tem fortes investimentos no setor imobiliário. Além disso, possui extensões de terras agrícolas.
A União Europeia (UE) é a maior consumidora mundial de bananas. No total, 68,3% do mercado está dominado pela "banana dólar", ou seja, a produzida em países latino-americanos, seguida pela produção dos países da região ACP (África, Caribe e Pacífico), que têm 19,1% do mercado, e das bananas produzidas dentro da comunidade (12,6%), segundo a Comissão.