Juntas, as operações internacionais representam apenas 8% das vendas da Eurofarma, mas a empresa tem planos de continuar a expansão (foto/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 10h08.
São Paulo - A Eurofarma, sexta maior farmacêutica nacional, fechou há duas semanas mais uma aquisição na América Latina. Desta vez, comprou a Refasa Carrión, a 25ª companhia do setor no mercado peruano.
Desde 2009, a empresa já adquiriu pequenas empresas na Argentina, no Uruguai, no Chile e na Colômbia.
Juntas, as operações internacionais representam apenas 8% das vendas da Eurofarma, mas a empresa tem planos de continuar a expansão. O México e a Venezuela, por exemplo, são mercados prioritários e, até 2015, o laboratório pretende estar presente em 90% da América Latina.
A estratégia da farmacêutica chama a atenção dos concorrentes - não há outra empresa nacional seguindo um caminho parecido. Sozinho, o mercado brasileiro de medicamentos representa 40% do latino-americano e cresceu, no ano passado a uma taxa de 12%.
Nesse cenário, o que justifica o esforço para comprar empresas pouco relevantes em mercados menores?
Parte da resposta está no salto que a Eurofarma pode dar depois de alçada ao status de companhia latino-americana. Se tiver presença relevante na região, a empresa poderá tornar-se o parceiro de preferência de laboratórios internacionais na representação local de drogas.
A outra explicação está no fato de que o setor farmacêutico nacional ainda cresce a taxas elevadas, mas enfrenta desafios superlativos. De um lado, o varejo está se consolidando com a criação de cadeias de farmácias, que ganham poder de barganha na negociação com laboratórios.
De outro, há um número cada vez menor de grandes drogas prestes a perder patentes - o que deve estreitar o funil de lançamentos dos laboratórios nacionais nos próximos anos.
Como se não bastasse, os fabricantes de genéricos têm empreendido uma guerra de preços, com descontos que chegam a 90%.