Boeing: os especialistas da OMC rejeitaram 28 das 29 alegações da UE (Larry W. Smith/Getty Images)
AFP
Publicado em 9 de junho de 2017 às 16h35.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) denunciou nesta sexta-feira que os Estados Unidos continuaram subsidiando ilegalmente a fabricante de aeronaves Boeing, apesar da sentença contrária que receberam em 2012.
A OMC informou em sua decisão que havia examinado uma queixa da União Europeia e concluiu que a Boeing teve uma isenção fiscal entre 2013 e 2015, apesar das promessas do governo americano de que daria fim a todos os subsídios.
Em setembro de 2012 os Estados Unidos afirmaram à OMC que haviam suprimido todos os seus subsídios à companhia. Mas a UE acreditava que a Boeing continuava se beneficiando de bilhões de dólares em subsídios, através de programas de pesquisa e desenvolvimento da Nasa e do ministério americano de Defesa.
A UE, que defende os interesses da Airbus, pediu, então, a criação de um painel de especialistas encarregado de examinar se esses subsídios haviam realmente sido interrompidos.
Os especialistas da OMC rejeitaram 28 das 29 alegações da UE, mas apontou que a Boeing se beneficiou de 325 milhões de dólares em isenções fiscais do estado de Washington entre 2013 e 2015, "o que causou efeitos negativos para a UE em termos de vendas perdidas" de aviões Airbus.
"Visto que os Estados Unidos não conseguiram acatar as recomendações e decisões (da OMC), essas recomendações e decisões continuam sendo executórias", explicou a OMC em sua decisão.
Segundo as regras da OMC, cada parte tem 60 dias de prazo para recorrer da decisão.