Eternit: empresa é processada no valor de R$ 1 bilhão por expor equipe a amianto pela segunda vez (Acaua Fonseca)
Luísa Melo
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 10h43.
São Paulo - A fabricante de materiais de construção Eternit está sendo processada pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) em 1 bilhão de reais por sujeitar os funcionários a risco por exposição ao amianto em uma unidade em Guadalupe (RJ).
Segundo o MPT, um inquérito aberto em 2008 constatou que a empresa desobedece normas de segurança e mantém máquinas mal conservadas, o que causaria vazamento de poeira de amianto. O contato contínuo com o material pode causar doenças como o câncer.
A investigação também teria constatado que a Eternit não emitia comunicação de aciente de trabalho (CAT) e que havia casos de trabalhadores que ficaram doentes nos anos 1980, mas que só tiveram o documento emitido em 2014.
A ação pede que a companhia faça a reparação de máquinas e equipamentos e convoque ex-empregados para realizar exames, por meio de anúncios em televisão e jornais.
Em maio, a Eternit foi condenada a indenizar em 1 milhão de reais a família de um ex-funcionário que sofria de mesotelioma pleural, um tipo de câncer causado principalmente pela inalação de amianto.
Em agosto do ano passado, a empresa foi acionada pela Justiça por ter exposto os empregados de uma fábrica em Osasco (SP) ao produto. O processo, também movido pelo MPT, pedia uma indenização de 1 bilhão de reais por danos morais coletivos. Na época, a companhia foi obrigada a custear plano de saúde para os ex-trabalhadores da unidade.
Procurada por EXAME.com, a Eternit disse que "até o momento, não foi oficialmente comunicada sobre a mencionada ação e, portanto, não tem conhecimento do inteiro teor da mesma."