O Grupo Eternit está confiante de que a situação de crise não deve afetar de forma definitiva suas atividades (ACAUA FONSECA/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de março de 2018 às 09h40.
Última atualização em 20 de março de 2018 às 09h59.
São Paulo - A Eternit protocolou na noite de desta segunda-feira, 19, petição inicial de pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O Grupo Eternit, representado por advogados do escritório Galdino Coelho Mendes, informa que apresentará no prazo de 60 dias úteis plano de recuperação judicial único a partir da data da intimação da decisão que deferir o processo.
O valor total da dívida é de R$ 228,9 milhões, conforme o documento disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "O Grupo Eternit está confiante de que a situação de crise ora enfrentada é passageira e não deve afetar de forma definitiva suas atividades."
No item 43 da petição consta que as discussões sobre o uso do amianto e a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, além de questões de preço e demanda, abalaram de maneira direta o grupo.
No ano passado, as atividades da mineradora Sama e da fabricante de telhas de fibrocimento Precon Goiás, suas controladas, foram suspensas temporariamente após a decisão proferida em 29 de novembro pelo STF sobre uso do amianto.
A companhia também atua em louças sanitárias, com capacidade para 110 mil peças por mês, mas que no momento atinge 50 mil. Mais adiante, os advogados dizem que o descasamento de fluxo de caixa não poderá ser resolvido sem o auxílio da recuperação judicial, visto que "a escassez de crédito decorrente da atual crise econômica asfixia a empresa, inviabilizando uma solução de mercado".