Negócios

Estácio volta a comprar após três anos e, pela primeira vez, manterá marca

Rede de ensino anunciou nesta quinta-feira a compra da UniToledo, de Araçatuba, por 102 milhões de reais

Estácio: pela primeira vez o grupo anunciou uma aquisição em que manterá a marca da empresa adquirida (Kroton/Divulgação)

Estácio: pela primeira vez o grupo anunciou uma aquisição em que manterá a marca da empresa adquirida (Kroton/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 12h20.

Última atualização em 12 de setembro de 2019 às 12h34.

Na onda de consolidação do ensino superior privado brasileiro da última década, o grupo carioca Estácio era um caso à parte. Enquanto suas principais concorrentes na bolsa, como Kroton e Ser Educacional, mantinham marcas regionais adquiridas, a Estácio apostava no valor de sua própria marca nacional para trazer uma unidade ao grupo. A estratégia perdurou por quase 50 anos, desde a fundação da Estácio, em 1970. Mas acabou definitivamente nesta quinta-feira.

Pela primeira vez o grupo Estácio, rebatizado de YDUQS, anunciou uma aquisição em que manterá a marca da empresa adquirida. O alvo é a Sociedade de Ensino Superior Toledo (UniToledo), sediada em Araçatuba, no interior de São Paulo, e com 5.300 alunos. A companhia faturou 43 milhões de reais em 2018, com resultado operacional de 12 milhões de reais. Em 2017, a UniToledo recebeu nota 4 no Índice Geral de Cursos e, em 2018, obteve nota 5 no Conceito Institucional. A instituição oferece 25 cursos de graduação e 18 cursos de pós-graduação.

A YDUQS pagará 102,5 milhões de reais pela compra, com 55 milhões de reais à vista e o restante em três anos. Segundo comunicado divulgado ao mercado pela YUDQS, a aquisição é estratégia “pois abre uma avenida de crescimento para o grupo no interior de São Paulo, um dos maiores mercados do país”. É também terreno dominado pela Anhanguera, marca comprada pela principal concorrente, a Kroton, em 2014.

A mudança estratégica da Estácio foi anunciada ao mercado em julho de 2019, quando o grupo anunciou a mudança de nome e a postura de, daqui para a frente, manter as marcas adquiridas. O novo posicionamento também marca um período de maior agressividade comercial da companhia, que não faz uma aquisição há três anos, desde que uma frustrada união com a maior concorrente, a Kroton, foi vetada pelo Cade, o conselho de defesa da concorrência.

No primeiro trimestre deste ano a instituição carioca comemorou um novo marco em sua trajetória: bateu recorde de novos alunos na graduação, mesmo sem o gordo financiamento do Fies, o programa federal de incentivo. A empresa também estabeleceu como uma prioridade o crescimento do EAD, outra fortaleza da Kroton.

O plano é que a UniToledo cresça em municípios vizinhos com unidades presenciais quanto no ensino a distância (EAD). A UniToledo está em processo de credenciamento para lançar seu ensino a distância, com possibilidade de abertura de até 250 polos por ano. Caso o (EAD) seja aprovado, a YUDQS pagará 15 milhões de reais a mais.

Marcas regionais e EAD: com a UniToledo, a Estácio ataca de uma vez só duas fortalezas da maior concorrente, a Kroton. Os investidores estão satisfeitos com o momento da empresa: as ações subiram 33% este ano, ante 14% da Kroton e do Ibovespa. Nesta quinta-feira, as ações estão em alta de 1,4% — um indício de que ainda é cedo para maiores demonstrações de euforia.

Acompanhe tudo sobre:Cogna Educação (ex-Kroton)Exame HojeSer EducacionalYduqs / Estácio

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia