Estácio: segundo a investigação interna, o ex-funcionário de TI da empresa, Israel Silva, e o funcionário da área de Operações, Luiz Walnei, estariam envolvidos no caso (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de abril de 2017 às 09h53.
Última atualização em 20 de abril de 2017 às 10h19.
São Paulo - A Estácio Participações prestou queixa policial sobre a violação de dados e dispositivos de informática utilizados pelo seu presidente, Pedro Thompson, após concluir investigação sobre o vazamento de mensagens entre o executivo e uma advogada acerca da fusão com a Kroton Educacional.
O Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na terça-feira na 16ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, conforme cópia do documento obtida pela Reuters.
Informações contidas no BO mostram que a investigação conduzida pela israelense ICTS em parceria com auditoria interna da Estácio concluiu haver fortes indícios de que o vazamento tenha sido realizado por acesso físico ao computador antigo de Thompson.
Segundo a investigação interna, o ex-funcionário de TI da empresa, Israel Silva, e o funcionário da área de Operações, Luiz Walnei, estariam envolvidos no caso.
A ICTS e a auditoria interna da companhia apontam ainda indícios de que o ex-presidente da Estácio, Rogério Melzi, teria participação ou relação direta com a suposta violação da máquina de Thompson e o consequentemente vazamento das informações.
Procurada, a Estácio não quis comentar o assunto.
O material vazado continha mensagens eletrônicas entre Thompson e a advogada Paola Pugliese, que assessorava a empresa perante o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no âmbito da fusão com a Kroton.
O presidente da Estácio foi afastado do grupo de trabalho no Cade em 17 de março, e a israelense ICTS foi contratada para investigar o caso no dia seguinte.
Em 12 de abril, a empresa informou que investigação interna apontou não haver evidências de que Thompson teria trabalhado para inviabilizar a fusão.