Na bolsa: às 10:50, as ações da Estácio caíam cerca de 3,6%, figurando entre os destaques negativos do Ibovespa, que por sua vez recuava 1,34% (Ricardo Moraes/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de agosto de 2018 às 11h34.
Última atualização em 15 de agosto de 2018 às 11h35.
São Paulo - A Estácio Participações vê dificuldades no ambiente macroeconômico, em especial para os esforços de retenção de alunos e novas captações, mas tem potencial para colher bons resultados no segundo semestre por meio do ganho de eficiência operacional, disseram nesta quarta-feira executivos do segundo maior grupo de educação superior do país.
"O macro está desafiador, mas a dinâmica das captações está muito parecida com o primeiro semestre", disse o presidente da companhia, Pedro Thompson, em teleconferência com analistas e investidores sobre o balanço trimestral.
Na véspera, a Estácio informou uma alta de 42,5 por cento no lucro líquido do segundo trimestre, para 236,9 milhões de reais, refletindo ganhos de eficiência e uma receita maior em meio à expansão da base de alunos e do ticket médio, principalmente no ensino à distância (EAD).
Thompson ressaltou que o plano de crescimento orgânico da companhia está focado na expansão do EAD. De acordo com ele, o novo marco regulatório do governo para abertura de polos à distância deixou o mercado mais competitivo, mas a Estácio vem conseguindo se destacar.
"Praticamente dobramos quantidade de polos em um ano... Temos tido demanda e não estamos perdendo em preço", disse.
Entre os projetos para aumentar a eficiência operacional da empresa, o executivo ressaltou a reestruturação da cadeia de suprimentos, incluindo renegociações com fornecedores, cujos benefícios já devem aparecer nos resultados do segundo semestre.
"Já fizemos um primeiro passo importante que vai ser observado ao longo do segundo semestre, principalmente em aluguel, tecnologia da informação e telecom", afirmou Thompson, citando expectativa de "compressão bem relevante" em despesas.
Questionado sobre um possível engajamento da Estácio em aquisições e fusões, ele disse que operações do tipo fazem parte da estratégia da companhia. "Estamos fechando o gap de eficiência operacional e uma hora ou outra isso vai acontecer, estamos trabalhando para isso", comentou Thompson, acrescentando que a tendência no setor é de consolidação.
Às 10:50, as ações da Estácio caíam cerca de 3,6 por cento, figurando entre os destaques negativos do Ibovespa, que por sua vez recuava 1,34 por cento. Em 2018, os papéis da empresa acumulam baixa de quase 25 por cento.