Pedro Somma, ex-executivo da 99, assume como CEO da startup LUZ (LUZ)
Repórter
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 08h00.
Última atualização em 10 de outubro de 2024 às 10h36.
A LUZ, startup que faz parte do grupo Delta Energia, anunciou Pedro Somma como seu novo CEO. Somma, que já esteve à frente de grandes nomes como 99 e Quicko, traz sua experiência para o setor de energia elétrica — conhecido como tradicional, mas que está passando por grandes mudanças que podem colocar a empresa à frente deste mercado pouco explorado.
Com fontes de energia renováveis como a solar, a LUZ mostra o consumo de seus clientes em tempo real por meio de um aplicativo que utiliza da inteligência artificial (IA). Do Grupo Delta Energia, a startup começou a operar em 2022 e já está presente em mais de 720 cidades brasileiras.
A IA permite acompanhar o consumo de energia em tempo real e oferecer dicas personalizadas para uma redução no valor da conta. A empresa promete até 40% de desconto em relação à fatura das distribuidoras de energia, dependendo da região. “A importância da energia elétrica para a vida das pessoas é inegável. Estamos falando de um mercado que impacta 220 milhões de pessoas, em complexidades diferentes”, diz Somma.
Ao atuar com o modelo de geração distribuída, a LUZ também oferece energia gerada em fazendas solares para seus clientes, permitindo que eles utilizem energia limpa sem a necessidade de instalar painéis solares em suas casas.
O uso de fontes renováveis faz parte também dos planos do Grupo Delta Energia, holding da empresa com mais de 20 anos de atuação no setor energético brasileiro. Recentemente, R$ 250 milhões foram investidos pela Delta para financiar projetos de geração de energia solar em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, o que se alinha aos planos de expansão da LUZ.
O setor de energia elétrica no Brasil pode estar completamente diferente até o fim da década com a abertura do mercado livre de energia. Isso significa que o consumidor poderá decidir de qual empresa deseja comprar sua energia, da mesma forma que escolhe provedores de internet ou planos de telefonia.
Hoje, comércios e empresas de pequeno, médio e grande porte podem escolher de onde comprar sua energia, mas, a partir de 2025, os contratos de 20 concessionárias de energia elétrica chegarão ao fim. Isso representa 62% do mercado de distribuição de energia. Para lidar com essa situação, o Governo Federal está discutindo diretrizes para os novos contratos de concessão. “A todas as concessões vincendas será oferecida prorrogação contratual desde que atendidos os condicionantes”, disse o Ministério de Minas e Energia em nota. Os contratos têm duração de trinta anos e dificultariam ainda mais a expansão do mercado livre.
Países como Espanha e Portugal têm 100% da eletricidade adquirida pelo mercado livre. Já o Brasil está na 41ª posição de 56 países com algum grau de envolvimento no mercado livre de energia. Caso fosse acessível para todos, o País ocuparia a 4ª posição, atrás do Japão, Coreia do Sul e Alemanha, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).
Na prática, as distribuidoras de energia continuam responsáveis pela infraestrutura (redes de transmissão), garantindo que a energia chegue ao consumidor, independentemente de onde ela foi comprada. Segundo estimativas da LUZ, essa abertura pode gerar uma economia de até R$ 358 bilhões por ano no Brasil, com uma redução de 19% na fatura de energia para os consumidores.
Formado em Relações Internacionais pela USP, Pedro Somma iniciou sua trajetória na Natura em 2011. Dois anos depois, foi o primeiro contratado da 99, onde atuou como COO, liderando a expansão da base de motoristas de três mil para 120 mil, e impulsionando o crescimento da empresa até se tornar um unicórnio.
Além de sua experiência na iniciativa privada, o executivo também teve uma passagem pela gestão pública, ocupando posições como chefe de gabinete da Câmara Municipal de São Paulo e secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, onde gerenciou projetos voltados para a geração de emprego e renda. Mais recentemente, foi CEO da Quicko, a primeira plataforma de Mobility as a Service (MaaS) no Brasil, e da Bettha.
Com a entrada de Pedro Somma como CEO, a LUZ planeja expandir sua presença no mercado e aumentar o número de clientes em 2025. “O futuro da energia é digital e renovável. Queremos estar à frente dessa transformação”, diz.