Sho Nakanose, da Gitai: É muito arriscado e impraticável para humanos montar e inspecionar máquinas no espaço (Takashi Aoyama/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 29 de maio de 2023 às 13h28.
A startup japonesa Gitai, que acaba de completar uma nova rodada de financiamento, se expande nos Estados Unidos para criar uma força de trabalho robótica que reduza os custos e os riscos de operar no espaço.
Enquanto Elon Musk e Jeff Bezos têm como foco o desenvolvimento de foguetes e desafios de chegar ao espaço, o CEO da Gitai, Sho Nakanose, se concentra nos custos trabalhistas.
O executivo acredita que é muito arriscado e impraticável para humanos montar e inspecionar máquinas no espaço. Além disso, o equipamento usado atualmente é muito caro, avalia.
“O gargalo da indústria espacial passa por uma rápida mudança”, disse Nakanose em entrevista à Bloomberg TV nesta segunda-feira.
“Grandes empresas espaciais como SpaceX e BlueOrigin estão resolvendo o problema do transporte espacial, e agora o gargalo mudou dos custos de transporte para custos operacionais.”
O executivo imagina robôs espaciais que possam se encarregar de trabalhos de rotina na Lua ou em Marte por uma fração do custo das opções existentes, assim como a SpaceX de Musk reduziu as despesas de envio de foguetes ao espaço.
Os braços robóticos e rovers de Gitai forneceriam mão de obra segura e acessível e reduziriam os custos operacionais “em 100 vezes”, disse.
A Gitai, com sede em Tóquio, acaba de fechar uma rodada de financiamento de 4 bilhões de ienes (US$ 30 milhões) para acelerar o desenvolvimento dos robôs controlados remotamente.
A empresa planeja usar o dinheiro para reforçar a equipe nos EUA, onde se expande para contratar engenheiros e preparar seus robôs para o trabalho no espaço, disse Nakanose.
Os braços robóticos e rovers da startup, fundada há sete anos, podem executar remotamente trabalhos de construção de rotina, como a instalação de painéis solares, soldagem, além de inspecionar equipamentos e realizar tarefas de manutenção e montagem.
Mas, para ter sucesso no espaço, também precisariam ser resistentes e mitigar a exposição à radiação, como também trabalhar da maneira mais eficiente possível.
“Nós projetamos e fabricamos robôs espaciais, como lagartas e braços robóticos, e rovers robóticos lunares”, disse Nakanose.
“Conduzimos com sucesso nossa primeira demonstração tecnológica dentro da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) em 2021. E estamos conduzindo a próxima ‘demo’ tecnológica – desta vez fora da ISS – ainda este ano.”
Startups espaciais do mundo todo têm desembarcado nos EUA, atraídas por contratos da NASA que começam a chegar a empresas privadas.
A NASA espera que os recursos formem os blocos de construção do que um dia se tornará uma economia lunar – um futuro em que espaçonaves transportam pessoas e equipamentos científicos para a superfície lunar e mineram a lua em busca de metais raros e dados.
“O mercado espacial japonês é limitado”, disse Nakanose, em entrevista de sua nova base em Los Angeles. “Decidimos expandir nossos negócios nos EUA.”
Os investidores da Gitai incluem afiliadas da: