Victor Marques, da Revest: estratégia focada em marceneiros e arquitetos responsáveis pelas obras dos clientes finais (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 2 de maio de 2024 às 12h23.
Última atualização em 6 de maio de 2024 às 11h43.
Quem vive da venda de materiais de construção no Brasil tem muitos motivos para preocupação. A taxa de juros onde está limita o crédito. O endividamento das famílias segue alto.
Após um salto nas reformas domésticas em função do isolamento social, as pessoas voltaram a gastar dinheiro com restaurantes, viagens e outras despesas fora de casa com o fim da pandemia.
Neste ano, o volume de vendas do setor deve praticamente empatar com o do ano passado no país, de acordo com o IBGE.
É até um bom resultado, tendo em vista que as vendas no setor encolheram 8,7% em 2022 e 1,8% no ano passado. Para comparação, em 2020, no auge da pandemia, a alta foi de 10,8%.
No meio disso tudo, o empreendedor maranhense Victor Marques vive um momento especial no seu negócio ligado ao mercado de materiais de construção.
Marques é CEO da Revest, uma rede de lojas de materiais de construção sediada em São Luís e com operações em Fortaleza e Teresina.
Em 2022, a Revest teve receita operacional líquida de 81 milhões de reais, alta anual de 62%. O resultado colocou a empresa entre os negócios que mais crescem no Brasil.
A Revest ocupou a posição 45º entre as empresas brasileiras com faturamento entre 30 a 150 milhões de reais no ranking EXAME Negócios em Expansão 2023, o maior anuário do empreendedorismo do Brasil.
Na origem do bom desempenho está a área de atuação da Revest. O Nordeste tem conseguido ganhar destaque entre negócios de construção civil em função do crédito governamental voltado à habitação popular, como o Minha Casa, Minha Vida.
O estímulo acaba ajudando o setor como um todo. Não à toa, o ritmo de abertura de lojas de materiais de construção no Nordeste supera o do Sul e Sudeste.
De 2006 para 2022, a fatia das lojas de material de construção nos estados do Nordeste subiu de 17,1% para 19,5%, de acordo com dados da Anamaco, a associação de empresas do setor.
"Essa tendência beneficiou todos os negócios da região, inclusive os mais focados na demanda de clientes das classes A e B, como a Revest", diz Marques.
Além disso, por trás do crescimento da Revest está uma estratégia de canais muito bem azeitada — e com potencial de dar certo em negócios muito distintos da construção civil.
A Revest começou a operação em 1997 com uma loja em São Luís para a venda de ferramentas e serviços para a construção a seco, nome dado às técnicas de obras com pouco uso de concreto e argamassa. As casas pré-moldadas são um exemplo disso.
Nos últimos 13 anos, a empresa centrou esforços no convencimento de profissionais envolvidos em obras, como arquitetos e marceneiros, sobre os diferenciais da Revest.
"Damos muita atenção ao treinamento dos vendedores para falar a mesma língua desses profissionais", diz Victor, que faz parte da segunda geração à frente do negócio.
Além dele, a irmã Paula hoje está no negócio como gerente de relacionamento com clientes.
Nos últimos dois anos, o foco em marceneiros foi para outro patamar. Em 2023, a empresa abriu uma loja em São Luís só com produtos do dia a dia dos marceneiros, como ferramentas e revestimentos utilizados por elas para móveis planejados.
"A loja é abastecida de itens da 'curva A' para estar mais perto das marcenarias", diz Marques.
Em Fortaleza, uma unidade da Revest aberta num bairro nobre da cidade serve hoje como showroom para profissionais e, também, para consumidores finais.
"Percebemos que os projetos poderiam ser muito mais nobres se os projetistas e consumidores soubessem de tudo o que está à disposição no mercado", diz Marques.
O crescimento pelo qual a Revest vem passando a transforma num negócio em expansão. A evolução, inclusive, foi certificada pelo ranking EXAME Negócios em Expansão 2023, o maior anuário do empreendedorismo brasileiro.
As inscrições para a edição 2024 estão abertas. O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país.
Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.