Repórter de Negócios
Publicado em 15 de outubro de 2024 às 16h28.
Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 17h03.
O recente apagão que afetou várias áreas de São Paulo gerou prejuízos significativos para negócios de diversos setores, aumentando a demanda por geradores de energia. Cerca de 250 mil imóveis ainda estavam sem energia nesta terça-feira, 15.
A Tecnogera, empresa especializada no aluguel de soluções temporárias de energia, viu sua demanda disparar, com aumento de mais de 1.000% nos chamados de clientes que buscavam soluções imediatas para manter suas operações.
De acordo com o CEO Arthur Lavieri, a Tecnogera recebeu mais de 2.000 solicitações no final de semana do apagão, resultando em cerca de 500 a 600 atendimentos efetivados. O aluguel e a instalação dos geradores durante o apagão de São Paulo geraram um faturamento de aproximadamente R$ 10 milhões para a empresa.
Lavieri destaca que este apagão não foi o primeiro, e certamente não será o último, a atingir grandes centros urbanos no Brasil. Em novembro do ano passado, São Paulo sofreu um blecaute que durou quatro dias. Na época, a Tecnogera recebeu cerca de 360 solicitações.
"Eventos climáticos extremos, como enchentes e tempestades, têm se tornado mais frequentes no Brasil, sobrecarregando o sistema elétrico. Isso fez com que muitas empresas revisassem suas estratégias de segurança energética", diz o CEO.
A Tecnogera, fundada há 18 anos e com sede em São Bernardo do Campo, se especializou em oferecer soluções completas de energia temporária, além do simples aluguel de geradores.
Após ser demitido de uma multinacional, Abraham Curi usou a indenização e vendeu seu carro para abrir um negócio no setor de energia. Ele começou com apenas cinco geradores. Inicialmente o foco era a venda de equipamentos, mas logo o modelo de negócio migrou para o serviço de locação, com a oferta de manutenção, operação logística e suporte.
A demanda crescente por soluções temporárias de energia impulsionou a expansão da empresa. Atualmente, a companhia fornece toda a infraestrutura necessária, como cabos, transformadores, manutenção preventiva e operação contínua.
Sua proposta é atender tanto emergências pontuais quanto projetos de longo prazo, com contratos flexíveis que podem variar de algumas horas a até 10 anos. O valor do aluguel varia muito, de acordo com o CEO, que preferiu não abrir valores.
O público-alvo da companhia não inclui pequenos negócios, como restaurantes e bares, que também foram bastante impactados pela falta de energia. Seus principais clientes são grandes centros de distribuição, shoppings, supermercados e indústrias, que precisam garantir o fornecimento constante de energia para operar, manter itens refrigerados e atender seus consumidores.
Este modelo de negócio é responsável por 70% do faturamento da companhia, que deve encerrar o ano próximo aos R$ 560 milhões. Os outros 30% vêm de modelos de transição energética, aposta recente na história da companhia.
Lavieri também destaca o aumento na procura pelo modelo de serviço stand by, acionado em situações emergenciais para evitar perdas financeiras causadas por falhas no fornecimento de energia. Com o aumento de desastres climáticos, muitas empresas também têm alongado seus contratos. "Assim como as pessoas têm seguro de carro e seguro de vida, as empresas agora estão percebendo a crescente necessidade de contar com um seguro de energia", conclui.