Claudio Dias, da Magis5: "Ano passado, nossos clientes movimentaram 5 bilhões de reais com suas vendas. Neste ano, até agora, já foram 4 bilhões de reais, e as principais datas nem chegaram ainda (Magis5/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 28 de agosto de 2024 às 10h10.
Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 13h42.
Às vezes, um negócio pode começar onde menos se imagina. Veja o caso da Magis5, uma startup paulista que fornece a pequenas e médias empresas um integrador de vários marketplaces. Os dois sócios, Claudio Dias e Vitor Lima, se conheceram num grupo de WhatsApp.
À época, 2019 para ser exato, Dias estava em um grupo com outros empreendedores quando conheceu seu sócio, Vitor Mateus Lima. Lima era desenvolvedor em uma empresa de tecnologia e, no tempo livre, vendia produtos no Mercado Livre com ajuda de sua mãe. Como a mãe já tinha quase 70 anos, não conseguia lidar tão bem com muitas informações sobre vendas, como endereços e despachos. Por isso, Lima começou a automatizar o processo para ajudar a mãe.
“Nisso, eu e Lima marcamos um café em uma padaria para falar mais sobre o negócio e decidimos criar uma facilitadora para e-commerce”, afirma Dias. “Em 2018, estruturamos o negócio e lançamos a empresa em 2019”.
No primeiro ano, faturaram 158.000 reais. Depois, com a pandemia e o boom dos e-commerces, o faturamento escalou. Agora, apesar de uma estabilidade no varejo online, a empresa segue crescendo porque adiciona, recorrentemente, novos pequenos clientes em sua plataforma.
Por causa dessa estratégia, a Magis5 apareceu, pela segunda vez, entre as pequenas e médias empresas em expansão no país. Com um faturamento de 14,1 milhões de reais ano passado, 78% a mais do que em 2022, a startup ficou em 58º lugar no ranking EXAME Negócios em Expansão, o maior anuário do empreendedorismo brasileiro.
“Nosso mercado não é estático”, diz Dias, CEO da empresa. “Embora o mercado tenha diminuído de tamanho, o tempo todo chegam novos entrantes. O mercado aumenta a quantidade de novos vendedores, tira a fatia maior de um grande vendedor e entrega um menor. Com isso, conseguimos crescer”.
Para 2024, a meta é chegar perto dos 30 milhões de reais em faturamento. O objetivo da empresa é conseguir rodar, até o final do ano, uma captação Series A, que ajudará a crescer e atingir novos clientes. A empresa também aposta no segundo semestre, quando há datas importantes como Black Friday e Natal, para atingir esse objetivo.
“Ano passado, nossos clientes movimentaram 5 bilhões de reais com suas vendas. Neste ano, até agora, já foram 4 bilhões de reais, e as principais datas nem chegaram ainda”, afirma o CEO.
A Magis5 é uma integradora de marketplaces. Ela junta várias empresas diferentes, como Mercado Livre, Shopee e a Shein, por exemplo, e permite que uma pequena ou média empresa anuncie nessas várias plataformas por um único sistema. Nesse mesmo sistema, se a pessoa vender uma unidade do produto na Mercado Livre, o estoque é automaticamente ajustado em todos os outros marketplaces.
“A ideia é facilitar e automatizar a vida de quem está vendendo nesse marketplace”, diz Dias. “Imagina que o cliente, sem automação, faz 1.000 vendas por dia e precisa cuidar de tudo isso manualmente. Se não tiver automação, ele não consegue”.
Nesse processo, a Magis5 fatura cobrando uma mensalidade pelo uso da plataforma e também uma taxa em cima de cada compra faturada.
Para crescer nos próximos anos, a Magis5 traçou alguns objetivos. O principal dele é virar uma plataforma completa de venda para os pequenos e médios negócios, e não somente uma integradora de marketplace.
"Queremos nos transformar numa suite para quem vende no mercado online. Para isso, precisamos olhar o backoffice", diz. "Não queremos ser hub de marketplace ou um ERP. Queremos ser uma solução única para vendedores pequenos e médios, para que a gente resolva todo problema dele".
Segundo Dias, a meta é continuar dobrando. "Haja suor, sangue e lágrimas, mas só desistimos da meta quando o ano acabar", diz.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.
A análise considerou os negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.
São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2024.