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Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 07h54.
São Paulo - As negociações da venda do controle do laboratório Fleury esquentaram nos últimos dias. A disputa teria se reduzido a dois grupos: laboratório Hermes Pardini (com fundos Gávea e Apax) e Pátria/Blackstone.
A fatia à venda - que pertence a um grupo de 24 médicos - é de 41% do capital e está avaliada em aproximadamente R$ 1,5 bilhão, considerado um ágio de 25% a 30% sobre o valor atual da ação do laboratório.
Hoje, o papel vale R$ 18. A expectativa é de que a venda saia por algo entre R$ 20 e R$ 22.
Há quem considere, no entanto, que o preço do ativo ficou inflado demais, o que espantou grupos inicialmente interessados no Fleury. É o caso do fundo americano Carlyle.
Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, os sócios do Carlyle da área de saúde vieram este mês dos Estados Unidos para olhar de perto o ativo, mas consideraram o preço alto demais. Outro fundo americano, o KKR, também teria jogado a toalha, de acordo com fontes próximas às negociações.
Circulam no mercado informações também de que o BTG estaria interessado no ativo, mas fontes consideram o envolvimento pouco provável. Foi o próprio banco de André Esteves que vendeu para o Fleury o Labs DOr por mais de R$ 1 bilhão, em 2011.
A avaliação de investidores que olharam o laboratório, a aquisição do DOr, uma marca forte no Rio de Janeiro, é justamente um dos pontos fracos do Fleury. Após abrir o capital, fizeram várias aquisições, algumas delas caras, diz uma fonte de mercado.
Outro fator a ser considerado é que quem ficar com o ativo, poderá ter de fazer uma oferta adicional para comprar as ações dos demais sócios, incluindo a parte da Bradesco Seguros, que tem fatia minoritária do bloco de controle do Fleury. O valor da oferta terá de ser igual ao pago ao grupo de médicos, explica uma fonte do mercado financeiro.
Agressividade
Entre os mais agressivos na disputa pelo Fleury está o laboratório mineiro Hermes Pardini. No fim de janeiro, em reunião com sua equipe de vendas, o presidente do laboratório, Roberto Santoro, disse aos funcionários que a empresa planeja crescer, afirmando que não existe nada que impeça uma empresa menor de comprar uma maior.
Em 2012, o Pardini faturou R$ 500 milhões, enquanto o Fleury teve receita de R$ 1,7 bilhão no mesmo ano.
Para ter poder de fogo para pagar o preço que o Fleury está pedindo, o laboratório mineiro poderá receber injeção de capital do Gávea - que já é seu sócio, com 30% do capital - e também deverá se associar ao fundo americano Apax.
O fundo, que já tem investimentos na área de saúde fora do País, abriu escritório local para prospectar negócios. O Apax pretendia investir, em cada negócio, um valor entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões, mas estaria disposto a elevar este tíquete caso encontrasse parceiros interessados em dividir os riscos.
Segundo investidores ouvidos pela reportagem, o interesse pelo setor de saúde no Brasil é forte. Prova disso é que, na última segunda-feira, o empresário Edson Bueno, fundador da Amil, desembolsou R$ 1,8 bilhão para comprar 38% das ações do laboratório Dasa, aumentando sua participação no negócio para 62%. Procurados, os fundos e os laboratórios Pardini e Fleury não comentaram o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.