Exportação: 12 das 20 fábricas descredenciadas pelo bloco eram da BRF (Dimas Ardian/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2018 às 06h50.
Última atualização em 25 de abril de 2018 às 07h26.
A fabricante de alimentos BRF pode contar com uma última cartada do governo brasileiro para reverter o embargo da União Europeia ao frango brasileiro.
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O Ministério da Agricultura deve levar à reunião da Câmara de Comércio Exterior (Camex) nesta quarta-feira uma proposta de painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar a restrição dos europeus ao produto.
Vinte fábricas foram descredenciadas pelo bloco, como consequência da Operação Trapaça, da Polícia Federal, sendo 12 delas da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão. O desdobramento da Carne Fraca investiga possível adulteração de relatórios sanitários enviados aos fiscais do ministério para omitir a presença da bactéria salmonela na carne.
O governo insiste que o casos de corrupção não afetam a qualidade do produto. O secretário de Defesa Agropecuária, Luís Rangel, chegou a apontar que a detecção de salmonela de exportados brasileiros na Europa é em índices semelhantes aos de um ano atrás. Não adiantou.
Maior afetada pela decisão, a BRF está em meio ao processo de troca de direção. José Aurélio Drummond Jr., CEO da empresa, apresentou nesta segunda-feira uma carta de renúncia ao cargo e ao posto de membro do conselho de administração da companhia.
O diretor financeiro e de relações com investidores, Lorival Nogueira Luz Jr., foi designado pelo conselho de administração da BRF para assumir o cargo interinamente, acumulando com suas funções atuais.
Nesta quinta-feira uma assembleia de acionistas deve escolher a nova composição do conselho de administração da companhia. A tendência é que Pedro Parente, presidente da Petrobras, assume a presidência do conselho no lugar de Abilio Diniz.
A notícia de que Parente deve assumir o posto fez o valor de mercado da empresa voltar para a casa dos 25 reais por ação, como estava antes da operação da Polícia Federal.
As paralisações tendem a ser o primeiro abacaxi a ser descascado pelo novo líder da empresa, seja ele quem for. Na semana passada, foram dadas férias coletivas para 2.000 trabalhadores de Toledo (PR) e folga a 6.200 profissionais por conta do embargo.