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Especialistas criticam eventual ajuda da Petrobras a LLX

Possibilidade estaria sendo discutida pelo comando da petroleira e teria como motivação a preocupação do governo federal com um eventual colapso do grupo X


	Petrobras: "Se é interessante, tem racionalidade econômica, bacana. O que não pode é a Petrobras colocar dinheiro em um lugar sem retorno, para ajudar uma empresa. Não é correto", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
 (REUTERS/Sergio Moraes)

Petrobras: "Se é interessante, tem racionalidade econômica, bacana. O que não pode é a Petrobras colocar dinheiro em um lugar sem retorno, para ajudar uma empresa. Não é correto", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). (REUTERS/Sergio Moraes)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 19h32.

Rio de Janeiro - Uma eventual ajuda do governo às empresas do grupo do empresário Eike Batista, com a utilização da Petrobras, é vista, por dois especialistas ouvidos pela Agência Estado, como um risco à petroleira. "Se é interessante, tem racionalidade econômica, bacana. O que não pode é a Petrobras colocar dinheiro em um lugar sem retorno, para ajudar uma empresa. Não é correto", diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que considera, porém, viável a utilização do porto do Açu, da LLX, pela Petrobrás.

A possibilidade estaria sendo discutida pelo comando da petroleira e teria como uma das motivações a preocupação do governo federal com um eventual colapso das empresas do grupo X e o prejuízo à imagem do Brasil no exterior, além de minar a disposição de empresários investirem no País.

Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, o primeiro a assumir esta função na gestão petista da Presidência da República, iniciada em 2003, é mais radical: defende que o governo estatize ativos do grupo EBX, como o porto, no município de São João da Barra, e a jazida de ferro da MMX em Minas Gerais, e capitalize a Vale.

"Eu discordo (da ajuda governamental). Existe uma solução muito melhor. A Vale está penalizada no mercado mundial porque a longo prazo sua expansão apresenta ângulos poucos favoráveis. O governo deveria simplesmente estatizar o Açu e a mina de ferro para capitalizar a Vale com uma nova reserva e um novo porto para exportação. O grupo Eike foi criado por uma bolha especulativa de dimensões colossais. A estatização é uma solução bastante viável. Não debilita o BNDES, que é dono de parte das ações de controle da Vale, e aumenta a potência da mineradora no momento em que o mercado mundial assiste ela se enfraquecer cada vez mais diante da expansão da China", diz Lessa.

O economista, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, se declara "totalmente contra" o uso do Porto do Açu pela Petrobras para assegurar a demanda ao investimento da LLX. "O grupo Eike é uma criatura do PT. Digo que a realização do PT no campo social é o Bolsa-Família. E no campo econômico, botar o Eike no pódio internacional das fortunas. A piada é muito boa, mas verdadeira. Doar mais dinheiro para o Eike? Sou contra. Só o porto não paga a dívida dele, não resolve o problema", comentou.

A postura de Adriano Pires é mais flexível. Ele considera o uso do porto viável. "Aparentemente faz sentido ter investimento da Petrobrás no porto do Açu. Mas, nos últimos anos, o governo usou e abusou da Petrobras, que ficou com uma situação de caixa muito difícil. Acho que a Petrobras não deve ser utilizada mais uma vez pelo governo para fazer política. Chega de usar o dinheiro do acionista minoritário da Petrobras para o governo ficar faturando votos. A Petrobras não pode ser muleta nem para o Eike nem para ninguém", avaliou.

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