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Ghenova obtém 'passaporte' para grandes negócios no Brasil

Certidão atesta a capacidade da empresa espanhola, prestadora oficial da Petrobras, para projetar e executar projetos de construção naval e de petroleiros


	A empresa se instalou no Brasil em 2010 para atuar inicialmente como consultora de estaleiros 
 (Rich Press/Bloomberg)

A empresa se instalou no Brasil em 2010 para atuar inicialmente como consultora de estaleiros (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2013 às 14h46.

Rio de Janeiro - A obtenção em maio de um certificado de prestadora oficial de serviços da Petrobras abriu as portas para a companhia de engenharia espanhola Ghenova para conseguir grandes negócios no Brasil, segundo seus porta-vozes.

'A certidão é um passaporte que nos abre as portas para um mercado muito maior; nos dá grande visibilidade e nos permite participar diretamente de licitações da Petrobras', disse à agência Efe Rui Miguel de Souza Vieira, diretor da Ghenova no Brasil.

A empresa se instalou no Brasil em 2010 para atuar inicialmente como consultora de estaleiros que constroem navios de apoio para operações de extração de petróleo em alto-mar.

Segundo Souza Vieira, as perspectivas para a companhia se tornaram totalmente diferentes desde que obteve o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC) que a Petrobras concede às companhias que cumprem todos os requisitos para se transformarem em suas fornecedoras de serviços.

A certidão, afirma o executivo, atesta a capacidade da Ghenova para projetar e executar projetos integrais de construção naval e de petroleiros tanto para a Petrobras como para os estaleiros contratados pela companhia.

'Agora recebemos consultas diretas de estaleiros porque aparecemos na lista da Petrobras. Estamos no radar de potenciais fornecedores. A visibilidade da empresa cresceu não só no setor naval, mas também em outros setores', disse Raúl Arévalo Grillo, diretor corporativo de operações da Ghenova.

Souza Vieira afirmou que a empresa espanhola tinha que se limitar antes a ser terceirizada por empresas certificadas pela Petrobras e deu o passo que lhe permitiu passar pelo difícil filtro da Petrobras em 2012, ao conseguir um contrato da construtora Promar para desenvolver a engenharia de oito navios para o transporte de gás encomendados pela Transpetro.

'A Transpetro conheceu nosso trabalho e passou a mencioná-lo como referência. A Transpetro nos impulsionou', afirmou.


A Ghenova está atenta atualmente à quarta e quinta rodadas de leilões lançadas pela Petrobras neste ano para a contratação de navios. A quarta prevê a contratação de 23 embarcações para serem construídos no Brasil, e a quinta, voltada igualmente a estaleiros com sede no país, somará outros 24 navios de apoio.

A construção naval é um dos mercados mais promissores do Brasil pois a Petrobras precisa de centenas de sondas, navios de apoio e plataformas para explorar a camada do pré-sal, novo horizonte de prospecção que descobriu em águas muito profundas do Atlântico e que pode transformar o país em um dos maiores exportadores mundiais de petróleo.

O Brasil é atualmente o quarto maior cliente mundial em encomendas de navios, apenas superado por Noruega, Estados Unidos e Grécia, e tem planos para competir também como grande construtor.

'Por isso a certidão muda totalmente nossas perspectivas. Agora queremos ser um dos grandes atores do mercado e oferecer projetos não só de navios de apoio, mas também de produtores', explicou Souza Vieira.

Com esse objetivo, a empresa espanhola montou uma prateleira na Navalshore, a principal feira da indústria naval brasileira que foi realizada nesta semana no Rio de Janeiro, para apresentar seus novos projetos dos navios de apoio OSRV 750, PSV 4500, PSV 6000, AHTS e Pipelayer.

'São desenhos de embarcações que já operam e estão certificadas na Europa, mas adaptados para atender as rigorosas exigências da Petrobras, as especificações do mercado brasileiro e as necessidades da crescente demanda do país', segundo Arévalo Grillo.

A Ghenova, que faturou R$ 1 milhão em seu primeiro ano no Brasil e R$ 7,4 milhões em 2012, prevê para 2013 um faturamento de R$ 14 milhões por seus contratos com cinco estaleiros.

'As previsões a partir do próximo ano são mais difíceis devido às potencialidades, mas faremos um orçamento no último trimestre a partir da análise das licitações feitas pela Petrobras e das necessidades dos estaleiros', afirmou o executivo, que calcula que inicialmente o elenco tem que ser aumentado dos atuais 35 funcionários para cerca de 50 no próximo ano. EFE

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