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Envelhecimento da população pressiona mercado de saúde

Setor de saúde no Brasil vive momento de crescimento de demanda e de gastos. Empresas do setor já estão se preparando para atender uma população mais velha e mais exigente


	Idosos são vacinados em estação de metrô em Brasília: executivos apontam o envelhecimento da população como um dos maiores desafios do setor da saúde
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Idosos são vacinados em estação de metrô em Brasília: executivos apontam o envelhecimento da população como um dos maiores desafios do setor da saúde (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 10h08.

São Paulo - O mercado de saúde no Brasil vive um momento de crescimento de demanda e de gastos.Tal tendência deve se perpetuar nos próximos anos com o aumento da renda doméstica, o crescente número de fusões e aquisições no setor, além da entrada de investidores institucionais. 

Segundo pesquisa feita pela Accenture sobre os maiores desafios do setor no Brasil, o mercado de saúde no país já atingiu tamanho próximo de países desenvolvidos, mas ainda precisa dar saltos importantes de qualidade. 

Do total do PIB brasileiro, 10% são investidos hoje em saúde, segundo cálculo de René Parente, líder da prática de Saúde do Brasil da Accenture. O número é comparável ao do Reino Unido e da Espanha, mas muito abaixo do que é gasto nos Estados Unidos, que já atinge os 18%.

No entanto, se olharmos o gasto per capita no país (de mais ou menos mil dólares por ano), o Brasil fica atrás não só de Reino Unido e Espanha, mas também dos vizinhos Argentina e Chile.

"Isso significa que gastamos muito, mas a qualidade do serviço entregue à população não é boa", afirmou Parente durante o Fórum EXAME Info - O futuro da saúde que acontece nesta segunda-feira em São Paulo. 

Segundo ele, o gasto com saúde no Brasil deve chegar a 15% do PIB nos próximos anos.

O envelhecimento da população é um dos fatores para isso. Há 33 anos, a expectativa de vida ao nascer era de 62,5 anos no Brasil. Hoje o número chega a 74,9 anos, segundo dados do IBGE que acabam de ser divulgados.

Além disso,  a maior prevalência de doenças crônicas, a chegada das classes mais baixas ao mercado privado e o aumento da complexidade das doenças com tratamentos mais longos, mais caros e mais especializados - além da própria inflação da saúde - colocam uma pressão financeira muito grande sobre o setor. 

Como as empresas estão se preparando

Na pesquisa feita pela Accenture, executivos do setor foram consultados sobre os principais desafios da saúde no Brasil e sobre os investimentos de suas empresas. O resultado mostra que as empresas já estão se preparando para este futuro de mais gastos.

Envelhecimento da população, compartilhamento de dados do paciente e a gestão e planejamento da rede de saúde são os 3 principais desafios da saúde no Brasil para os próximos anos, segundo mais da metade dos executivos consultados. 

Ao mesmo tempo,a maior parte afirmou que suas empresas investirão no próximo ano em áreas relacionadas à gestão de casos crônicos (75%), em tecnologia da informação (71%) e  medicina preventiva (67%).

"No futuro, o mercado de saúde será mais integrado e com um grau maior de eficiência", afirma René Parente. 

Segundo ele, para encarar esses desafios no futuro, as empresas precisam começar a se preparar desde já por meio da gestão populacional - ou seja, analisando como a população está se comportando, o que quer e para onde está indo.

Com essa análise em mãos, é possível fazer o cálculo de previsão de demanda e a prevenção de custos. Por exemplo, o investimento na prevenção de doenças relacionadas ao envelhecimento da população evitará que daqui há alguns anos haja um gargalo no atendimento deste público.

O investimento em novas tecnologias também é fundamental para encarar as novas demandas do mercado. Segundo Parente, a integração de informações na cadeia do atendimento é uma das soluções para otimizar o serviço. 

De acordo com estudo, acesso e mais conectividade já são uma demanda dos usuários. Com isso, além de render mais  produtividade e eficiência no atendimento, as novas tecnologias também podem trazer mais segurança e satisfação do paciente. 

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