Petrobras: desde a greve dos caminhoneiros, em maio, ações da companhia caíram 26% (Rich Press/Bloomberg)
EXAME Hoje
Publicado em 3 de agosto de 2018 às 06h16.
Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 07h43.
O preço do petróleo teve alta de 39% nos últimos 12 meses, mas não é suficiente para comemorar de antemão o balanço da petroleira estatal Petrobras, que será divulgado nesta sexta-feira. É esperado que a empresa apresente um lucro trimestral 20 vezes superior ao do mesmo período do ano passado, chegando a 6,5 bilhões de reais. O preço maior do petróleo é parte do resultado, mas as vendas também cresceram no trimestre, para 67 bilhões de reais, alta de 26,9%.
A parte boa do balanço acaba aí. A Petrobras deve enfrentar questionamentos sobre o futuro, principalmente com os controles de preço do diesel, resultado da greve dos caminhoneiros de maio, bem como obstáculos legais e políticos ao programa de venda de ativos.
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A empresa, a petroleira mais endividada do mundo com mais de 250 bilhões de reais em passivos, teve de interromper o programa de venda de ativos depois que uma decisão do ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal impediu a privatização de estatais sem o aval do Congresso — como a briga é muito polêmica para o período eleitoral, na prática as negociações de gasodutos e refinarias da Petrobras foram interrompidas e ficam à mercê do próximo mandato presidencial.
O impacto financeiro da greve dos caminhoneiros sobre a empresa também será conhecido. Em maio, a Petrobras arcou com o subsídio ao diesel para aliviar a greve, com promessas de que o governo agiria para arcar com os prejuízos da empresa. A medida também acabou impactando em regulações sobre o preço do diesel no país e, em última instância, levou à saída do ex-presidente, Pedro Parente. Analistas estimam que o contingenciamento necessário para lidar com o subsídio seja em torno de 350 milhões de reais.
Nos últimos 12 meses as ações da companhia subiram 53%, mas desde a greve dos caminhoneiros, em maio, caíram 26%.