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Engie Brasil estuda investir em transmissão de energia

A Engie fechou 2016 com dívida líquida de 3,089 bilhões de reais e 1,8 bilhão de reais em caixa e equivalentes

Engie: "Claramente, a gente tem oportunidade de bronwfield (ativos existentes) no mercado, e tem a transmissão, que pode ser interessante também" (./Divulgação)

Engie: "Claramente, a gente tem oportunidade de bronwfield (ativos existentes) no mercado, e tem a transmissão, que pode ser interessante também" (./Divulgação)

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Reuters

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 17h56.

São Paulo - A elétrica Engie Brasil tem situação financeira confortável e baixa alavancagem, o que permite à companhia avaliar novos investimentos, que podem incluir a entrada no setor de linhas de transmissão ou aquisições, disse um executivo da empresa em teleconferência nesta sexta-feira.

O diretor financeiro, Carlos Freitas, explicou que a relação entre o endividamento e a geração de caixa da companhia, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), que é atualmente de 1 vez, poderia chegar a 2 ou 3 vezes sem causar preocupação, desde que as dívidas sejam de longo prazo.

Essa margem para aumento da alavancagem permitiria à Engie captar entre 4,5 bilhões e 5 bilhões de reais para aproveitar oportunidades no mercado, disse ele.

A Engie fechou 2016 com dívida líquida de 3,089 bilhões de reais e 1,8 bilhão de reais em caixa e equivalentes.

"Claramente, a gente tem oportunidade de bronwfield (ativos existentes) no mercado, e tem a transmissão, que pode ser interessante também", disse Freitas.

Ele adiantou que a companhia estuda participar de leilões de concessão de linhas de energia que o governo federal promoverá neste ano.

"A gente já tinha olhando ano passado, mas acabou não entrando... entendemos que o contexto regulatório está mais propício e favorável... tem uma boa sinergia estratégica e regulatória com geração", disse.

Ele também afirmou que a Engie Brasil deverá iniciar neste ano processo para aquisição da fatia de 40 por cento na hidrelétrica de Jirau detida por sua controladora, a Engie.

A matriz francesa investiu no empreendimento em Rondônia, uma das maiores usinas do Brasil, já com a previsão de passar sua fatia à Engie Brasil após os riscos do empreendimento estarem mitigados.

"A gente espera que (o processo para a aquisição) comece neste ano", disse Freitas, sem dar projeções ou valores.

O negócio deverá ser conduzido com apoio de um comitê criado pela Engie Brasil para avaliar transações com partes relacionadas.

Do lado vendedor, a Engie Brasil estuda se desfazer de duas usinas térmicas a carvão, uma em operação e outra em construção. A empresa, no entanto, ainda está em fase inicial de prospecção de possíveis interessados e não definiu se realmente avançará com o negócio, disse Freitas.

Dividendo

A Engie Brasil aprovou o pagamento de dividendos referentes a 2016 de 2,28 reais por ação, maior valor desde 2012 e equivalente a 100 por cento do lucro líquido ajustado.

Em 2014 e 2015, a companhia havia distribuído apenas 55 por cento dos lucros.

"A gente reteve caixa (nos anos anteriores) para fazer frente a dificuldades, agora podemos voltar a um 'payout' de 100 por cento", disse Freitas.

O diretor, no entanto, não se comprometeu com a continuidade desse patamar de dividendos nos próximos anos.

"Vamos ver como vai ser o 'payout' deste ano e do ano que vem, em função do forte capex (investimento) que teremos para os próximos dois anos", disse.

O plano de investimentos da Engie para 2017 é de cerca de 2 bilhões de reais, enquanto para 2018 estão programados 2,27 bilhões de reais.

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