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Engevix destrava financiamento e tenta vender hidrelétrica

A construtora Engevix conseguiu retomar o financiamento, pelo BNDES, da hidrelétrica de São Roque, que está sendo construída em Santa Catarina


	Prédio da Engevix: a companhia disse que "70 por cento da obra já está concluída e o grupo Engevix continua interessado em vendê-la"
 (Divulgação)

Prédio da Engevix: a companhia disse que "70 por cento da obra já está concluída e o grupo Engevix continua interessado em vendê-la" (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2015 às 16h14.

São Paulo - A construtora Engevix conseguiu retomar o financiamento, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da hidrelétrica de São Roque, que está sendo construída em Santa Catarina, um projeto orçado em 700 milhões de reais, o que facilita a venda do ativo.

Em nota enviada à Reuters, a companhia disse que "70 por cento da obra já está concluída e o grupo Engevix continua interessado em vendê-la".

A Engevix, uma das construtoras investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem tentado fazer caixa com a negociação de ativos, após suas finanças terem sido afetadas pelo escândalo de corrupção que tem a Petrobras como epicentro. Em correspondências enviadas à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em outubro e vistas pela Reuters, a empresa queixava-se de que o banco de fomento havia parado os repasses em setembro deste ano, o que levou à paralisação da construção da usina no mês passado.

A Engevix, que disse já ter aportado cerca de 530 milhões de reais no empreendimento, informou que as obras serão retomadas brevemente.

À Reuters, o BNDES afirmou que "não há atraso" e que "os desembolsos do banco ocorrem de acordo com o andamento da obra e mediante a realização de contrapartida dos empreendedores".

Nas cartas trocadas com a agência reguladora, a Engevix apontou que a chinesa Three Gorges seria uma das interessadas na hidrelétrica São Roque, e anexou um e-mail em que um executivo da CTG afirmou que o ativo teria sinergias com a usina de Garibaldi, que os orientais compraram recentemente junto à Triunfo.

Em nota à Reuters, a Three Gorges disse que "quer ser uma empresa relevante no mercado de energia limpa no Brasil e está aberta a analisar projetos de energia renovável que apresentam um retorno adequado e riscos aceitáveis".

A Engevix também disse à Aneel que ofereceu a usina a outras empresas, como Brookfield, Celesc, Aliança (joint venture entre Cemig e Vale) e aos investidores financeiros BTG Pactual, P2 e Barclays.

VENDENDO ATIVOS

Um dos donos da Engevix, o engenheiro José Antunes Sobrinho, foi preso na 19ª etapa da Operação Lava Jato, sob acusação de ter pago propina à Eletronuclear, braço da estatal Eletrobras dedicado a investimentos em usinas nucleares.

"Considerando os eventos recentes e com o objetivo de continuar em dia com suas obrigações junto às várias instituições financeiras e fornecedores, o Grupo Jackson vem negociando a venda de parte de seus ativos", informou a Engevix à Aneel, em referência à sua holding controladora.

A empresa, inclusive, vendeu a maior parte dos ativos em energia no Brasil à norueguesa Statfrakt, que desde 2012 era sócia de seu braço de investimentos no setor, a Desenvix.

Por meio da assessoria de imprensa, a Statkraft afirmou à Reuters que não incluiu a usina de São Roque no pacote, ao comprar o controle de Desenvix neste ano, porque o projeto "não atinge as exigências da companhia para o retorno sobre investimentos".

Licitada em 2011, a hidrelétrica São Roque precisa iniciar a operação em janeiro de 2016, segundo cronograma estabelecido à época do leilão. A usina terá potência instalada de 135 megawatts.

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