Ricardos Nunes: sócio da Máquina de Vendas, executivo volta a comandar operação da empresa (PEDRO MOTTA)
Luísa Melo
Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 09h12.
São Paulo - Cinco meses após assumir a presidência da Máquina de Vendas, Enéas Pestana deixa o cargo e migra para o conselho consultivo da varejista.
Ele, que comandou por 10 anos o Grupo Pão de Açúcar, tinha a missão de fazer a integração entre as cinco companhias da holding (Ricardo Eletro, Insinuante, Eletro Shopping, Salfer e City Lar) e também de profissionalizá-las após a saída dos sócios da operação.
Mas, agora, um dos principais acionistas retorna à liderança da empresa: Ricardo Nunes, da Ricardo Eletro.
Segundo Pestana, sua saída da linha de frente já era pré-acordada.
Conforme contou a EXAME.com, ele colocaria em prática as primeiras mudanças "profundas e importantes" para reestruturar a Máquina de Vendas, seguindo o plano traçado por sua consultoria meses antes, e depois passaria a batuta para um outro executivo.
Uma das medidas era a implementação de um conselho de administração organizado, com governança, sem conselheiros que participassem da gestão e que não ficasse localizado no mesmo prédio da administração.
Também fazia parte do pacote a adoção de um novo modelo de gestão – com revisão de processos e da estrutura organizacional e corte de custos – e de um novo sistema de meritocracia.
Pestana indicou ainda sete executivos com experiência consolidada em varejo para o alto escalão da companhia. Eles foram contratados e já estão atuando na gestão.
Em frente
Os sócios tinham pressa em dar continuidade ao projeto, o que acabou levando à indicação de Ricardo Nunes à presidência. Preparar um executivo vindo do mercado levaria muito tempo
"É um cara que tem evoluído muito, participou ativamente da reestruturação através do conselho, além de conhecer bem a empresa e o segmento de varejo como ninguém neste país", referenciou Pestana.
Nunes, por sua vez, assinou um compromisso de seguir o programa à risca.
"Uma coisa é clara: estou na empresa como um executivo e não como acionista. O Enéas está me deixado o dever de casa pronto", disse por telefone a EXAME.com.
Ele atuará principalmente nas áreas comercial, de vendas, logística e operações. "É o que eu gosto e sei fazer", afirmou.
De acordo com Nunes, as cinco varejistas que compõem a rede já estão com algumas áreas integradas, como compras e marketing. A unificação dos CNPJs deve ser concluída ainda neste ano.
A busca por um novo parceiro, especulada pelo mercado, não deve acontecer tão cedo. "O foco é a implantação do programa do Enéas. Não tem agenda para esse tipo de coisa, neste momento está descartado", disse Nunes.
A Máquina de Vendas é a terceira maior varejista de eletrodomésticos e móveis do país e tem mais de 1.000 lojas. Em 2014, últimos dados disponíveis, teve uma receita de 7,93 bilhões de reais.
Texto atualizado às 7h30 de 09/01/2015.