Parada LGBT: Marca Skol patrocina o evento (Paulo Pinto/Fotos Públicas/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de junho de 2017 às 09h48.
São Paulo - As empresas vão fazer parte da festa na Avenida Paulista, neste domingo (18), durante a Parada do Orgulho LGBT. Além de "veteranas" aliadas dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros - como o Google - , companhias como a Ambev (que patrocina o evento, por meio da marca Skol) e a Microsoft voltarão à avenida. A companhia de agronegócios Monsanto e o escritório de advocacia Mattos Filho estão entre as "estreantes".
A presença na Avenida Paulista, de acordo com Reinaldo Bulgarelli, coordenador do Fórum de Empresas e Direitos LGBT, que hoje tem 37 companhias signatárias - a maioria delas multinacionais com atuação no Brasil -, reflete o crescimento do tema dentro das organizações.
"Acho que é um movimento positivo, pois a empresa está deixando de falar do assunto só dentro de casa", diz Bulgarelli. "A Parada é um evento super popular e é importante do ponto de vista político."
Dentro das organizações, profissionais LGBT estão liderando a organização desse endosso público das empresas à diversidade. O advogado tributarista Rafhael Romero Bentos, que está há dois anos no Mattos Filho, tornou-se o líder do grupo batizado "MFriendly" dentro da organização. Hoje, cerca de 20% dos funcionários - ou 170 pessoas - já apoiam oficialmente os direitos LGBT. "A gente não faz distinção nem perguntas, pode participar quem quiser", explica.
Embora o Mattos Filho seja signatário de tratados brasileiros e internacionais referentes aos direitos LGBT, Bentos afirma que será a primeira vez que o escritório mostrará seu lado LGBT de forma pública. Além da presença uniformizada no evento, as duas sedes do Mattos Filho serão decoradas com a bandeira do arco-íris, que representa o movimento.
A Monsanto, empresa norte-americana do agronegócio, também vai estrear na Avenida Paulista neste fim de semana. O diretor de marketing Gabriel Brasileiro é o líder do pilar LGBTA da companhia - a última letra se refere aos "aliados" do movimento. Brasileiro quer reunir 60 pessoas para marchar juntas para reforçar o compromisso.
No dia a dia dos negócios, a Monsanto - que atua com de forma pulverizada no País, já que faz pesquisas em lavouras - está buscando levar o conceito de respeito à diversidade para fora da área administrativa, localizada na capital paulista. "Já temos subcomitês LGBTA em São José dos Campos (SP) e em Camaçari (BA), mas o objetivo é ampliar isso e criar pelo menos um novo comitê por ano", explica Brasileiro.
A empresa de tecnologia americana Microsoft comparecerá de forma institucional à Parada LGBT de São Paulo pela segunda vez - os funcionários usarão camisas azuis (cor da marca da companhia) decoradas por um visível arco-íris. A empresa quer ir além de ações internas e ajudou a criar um aplicativo para mapear os focos de homofobia, mostrando pontos onde o público LGBT já foi alvo de agressão. Ele é gratuito e de uso anônimo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.