Trem da Vale: em comparação com o desempenho logístico nos EUA, as empresas brasileiras perdem a cada ano R$ 83,2 bilhões (Divulgação/ Agência Vale)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2012 às 22h19.
São Paulo - As empresas brasileiras destinam 13,1% de seus recursos a custos logísticos, uma percentagem superior a dos países desenvolvidos e de outras nações emergentes e que reduz a competitividade.
Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral indicou que no Brasil se investem mais recursos para logística que em países como China e Estados Unidos, que destinam 7,5%, um cenário que encarece os produtos, afasta o consumidor e reduz os lucros dos produtores.
Em comparação com o desempenho logístico nos EUA, as empresas brasileiras perdem a cada ano R$ 83,2 bilhões.
Por setores, o de bens de capital investe 22,69% de seus recursos em logística, o de construção 20,88% e o de mineração 14,63%, com um custo total que compromete 12% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para compensar essa dificuldade, as empresas se veem na obrigação de manter maiores reservas de produtos e comprometem mais o fluxo de caixa, apontou o estudo orientado pelo professor Paulo Resende.
Em situações como a expansão da construção civil, o custo logístico das matérias-primas acaba refletido no preço final dos imóveis, enquanto na cesta familiar repercutem as despesas de transporte, que em 58% dos casos se realiza por via terrestre.
O transporte, com 38%, foi o item que mais preocupa os brasileiros, diferente dos europeus, que dão prioridade ao armazenamento, e dos americanos, que investem mais em tecnologia logística.
A burocracia também foi apontada como um dos principais problemas logísticos no país.
O investimento nas estradas e a ampliação do sistema ferroviário foram algumas das necessidades expostas pelas 126 empresas consultadas - que somam 20% do PIB - no estudo para melhorar as condições logísticas no país.