Fábrica da Ford: a empresa fez empréstimos totalizando US$ 1,2 bilhão para contribuir para sua pensão (Olivia Harris/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 22h26.
Washington - Uma das consequências da massiva política de relaxamento quantitativo do Federal Reserve Bank é que as empresas com programas de pensão definidos há muito tempo estão perdendo bilhões de dólares no rombo entre a taxa de retorno de pensões fixas e as taxas de bônus corporativos.
Como resultado, as empresas com a Ford, Boeing, Chrysler, Verizon e a GM estão lutando para manter seus planos de pensão atualizados. A Ford, por exemplo, adicionará US$ 5 bilhões para seu plano de pensão neste ano. Os planos de pensão estão, acidentalmente, reduzindo os lucros das companhias. A Boeing pretende apresentar seus ganhos de duas maneiras diferentes: com e sem suas obrigações de pensão.
Mike Ramsey, que foi entrevistado no Markets Hub, do Wall Street Journal, nesta segunda-feira, explicou o dilema:
A perda do capital corporativo é um efeito colateral da política monetária dos EUA que visa incentivar empréstimos para estimular a economia. As empresas são obrigadas a calcular o valor presente das obrigações com pensões futuras utilizando a chamada taxa de desconto, baseada em rendimentos de títulos corporativos. Quando essas taxas caem, as obrigações aumentam.
Por outro lado, taxas baixas de juros também ajudam as empresas. A Ford, por exemplo, pode contrair empréstimos mais baratos e usá-los para descontos para ajudar a vender seus carros. A Ford contraiu um total de US$ 1,2 bilhão em empréstimos para contribuir para a sua pensão.
Quando as taxas de juros subirem novamente, os déficits de pensões devem diminuir. Ou, em um cenário mais positivo, as pensões podem até se tornar superavitárias. Mas é difícil de prever quando isso vai acontecer. O Federal Reserve tem o compromisso de manter as taxas baixas por mais dois anos, pelo menos. As informações são da Dow Jones.