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Empresas devem engajar de olho no futuro, mas não fazem isso

Pesquisa mostra que, embora 84% dos profissionais de RH concordem que é preciso criar novas formas de engajamento, só 30% deles buscam se adaptar a mudanças

EXAME.com (EXAME.com)

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Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 24 de abril de 2015 às 16h12.

São Paulo - Apesar de 84% dos profissionais de recursos humanos concordarem que é preciso desenvolver novas formas de engajar seus funcionários, só 30% deles afirmam que as companhias onde atuam estão trabalhando para se adaptar às mudanças que se aproximam.

O dado é de uma pesquisa inédita realizada pelo Hay Group junto a 300 líderes de engajamento de corporações que figuram no FTSE 250 e Fortune 500, índices que reúnem as maiores do mundo. 

Em um estudo anterior, a consultoria elencou seis megatendências que vão provocar alterações nos ambientes de negócios nos próximos anos: as mudanças demográficas, o estilo de vida digital, a convergência tecnológica, o individualismo, a globalização 2.0 e o impacto ambiental.

Dentre elas, as que devem influenciar com mais força as empresas são o estilo de vida digital e o individualismo, na opinião de 27% e 19% dos entrevistados, respectivamente. Esses também são os dois fatores que, segundo  eles,terão mais impacto sobre as estratégias de engajamento das companhias.

O estilo de vida digital refere-se à cultura de conectividade em que vive a nova geração. Tê-lo como aliado na hora de integrar e motivar os empregados significa usar efetivamente ferramentas como redes sociais e mensagens de texto instantâneas no ambiente corporativo, por exemplo.

"É preciso que isso seja natural, do dia a dia. O presidente da companhia pode fazer um comunicado importante por meio de rede social, por exemplo", diz Rodrigo Magalhães, gerente do Hay Group.

Já o individualismo trata do fato de as pessoas quererem cada vez mais serviços e tratamentos personalizados. "Os funcionários devem ter autonomia. As empresas precisam delegar responsabilidades para que eles gerenciem o densenvolvimento e a construção de suas carreiras", afirma.

Mudanças como essas não são simples de implementar e, por isso, o desencontro dos executivos na hora de aplicar o conhecimento à relidade não é visto com uma preocupação por Magalhães. "A gestão do engajamento não é um produto isolado do RH. Ela demanda uma ação integrada da empresa. Uma das dificuldades enfrentadas é convencer a alta liderança que isso é prioritário", argumenta. 

Temor

Individualismo e estilo de vida digital são também as alterações futuras mais temidas pelos pesquisados. Para 29% e 26% deles, respectivamente, essas são as mudanças às quais as companhias terão mais dificuldades para se adaptar. Outros 18% citaram a convergência tecnológica e 16% a Globalização 2.0. 

Segundo Magalhães, investir em inovação e novas tecnologias se tornará cada vez mais difícil para as empresas. "Ideias brilhantes vindas de uma única pessoa tendem a diminuir. Para saber onde, como e o momento certo de investir, as empresas vão precisar de plataformas de coloboração", diz. É disso que se trata a convergência tecnológica. 

Já a Globalização 2.0 entra no radar de investimentos das áreas de recursos humanos na forma de um olhar voltado para além do mercado local. "Trata-se de estar atento a benefícios e atributos oferecidos por companhias ao redor do mundo, independentemente da concorrência direta". 

Saber conciliar empregados de diferentes gerações (o que caracteriza a megatendência das mudanças demográficas) é outro desafio. "A ideia é que as empresas entendam o que motiva os mais jovens e os mais velhos e adaptem políticas para cada grupo, de forma diferenciada", afirma Magalhães.

Por fim, de acordo com o gerente, usar o impacto ambiental para engajar equipes significa atrelar a sustentabilidade aos valores e cultura da empresa e não apenas desenvolver produtos e serviços sustentáveis para atender a demandas da sociedade.   

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