Londres (Richard Heathcote/Getty Images)
Karin Salomão
Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 09h06.
Empresas do setor de viagens e lazer planejam uma nova rodada de acordos de financiamento para a pandemia em meio à nova onda de lockdowns para controlar os casos de coronavírus que abalam o turismo global. Pelo menos quatro grandes empresas fizeram propostas para investidores em busca de fundos extras e revisões de cláusulas desde o início do novo ano.
Entre elas está a varejista online de passagens de trem Trainline, que busca levantar 150 milhões de libras (US$ 204 milhões) com a venda de títulos conversíveis sem garantia, bem como estender uma renúncia (waiver) para cláusulas financeiras. A empresa do Reino Unido havia obtido uma renúncia para uma linha rotativa de 350 milhões de libras em abril do ano passado.
A Carnival também alterou cláusulas para sua linha rotativa existente com o objetivo de obter maior flexibilidade financeira após anunciar o cancelamento de viagens oferecidas por sua principal linha de cruzeiro. A empresa de Miami revisou as cláusulas pela primeira vez em outubro do ano passado.
Companhias aéreas como British Airways e a australiana Qantas Airways também buscam novos fundos à medida que restrições às viagens aéreas globais afetam as receitas. A BA negocia 2 bilhões de libras em novos empréstimos, enquanto a Qantas vai estender o escopo de um empréstimo existente de 600 milhões de dólares australianos (US$ 466 milhões).
Enquanto isso, a AMC Entertainment, maior rede de cinemas do mundo, negocia dinheiro novo para enfrentar a pandemia.
Ações de empresas de viagens e lazer foram o subgrupo com o pior desempenho na Europa na quinta-feira: as ações da Trainline caíram 9,2%, enquanto os papéis da IAG, controladora da British Airways, perderam 4%. As ações da Ryanair se desvalorizaram 3,4%. A operadora de baixo custo reduziu os voos de inverno na sequência de lockdowns mais rígidos devido à Covid-19 no Reino Unido.
No ano passado, empresas globais levantaram mais de US$ 430 bilhões em novos empréstimos e usaram pelo menos US$ 340 bilhões em linhas de crédito existentes para enfrentar a pandemia. Os credores do mundo todo receberam quase 500 pedidos de renúncia e revisões de cláusulas.
--Com a colaboração de Beth Mellor.