Paris - Grandes empresas da Europa exortaram os governos nesta quinta-feira a estabelecer a meta de zerar as emissões dos gases do efeito estufa bem antes de 2100, dizendo que uma postura ecológica pode trazer lucros, e não gastos.
Líderes empresariais de alianças corporativas europeias e globais como Unilever, Total e Saint-Gobain também pediram um preço global para as emissões de carbono e a diminuição gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis.
"Queremos um acordo climático global que zere as emissões. Façam isso dar certo", disseram em comunicado dirigido aos quase 200 governos que devem firmar um pacto para frear o aquecimento global em uma cúpula em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro.
Zerar as emissões significaria cortes drásticos e implicaria compensar quaisquer emissões remanescentes, por exemplo, plantando árvores para que absorvam o dióxido de carbono ou usando tecnologias ainda a ser desenvolvidas para extrair carbono do ar.
Eles disseram que as emissões globais precisam chegar a um limite em torno do ano 2020 e zerar "bem antes do fim do século", ecoando conselhos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês) para que se tenha uma boa chance de limitar o aquecimento a níveis administráveis.
Os organizadores da conferência, parte dos esforços para criar ímpeto para um acordo internacional após diversos fracassos, afirmaram que o comunicado foi apoiado por 25 redes empresariais que representam mais de 6,5 milhões de empresas de mais de 130 países.
Ainda assim, a Cúpula de Negócios e Clima atraiu uma maioria de diretores-executivos europeus, enquanto grandes companhias norte-americanas e asiáticas se destacaram pela ausência.
O comunicado afirmou que as empresas acreditam que a meta de zerar as emissões é "compatível com o crescimento econômico contínuo".
"Não é mais possível fazer negócios como de costume", declarou Pierre-Andre de Chalendar, CEO do Saint-Gobain, grupo francês de materiais de construção.
Os cortes nas emissões podem ajudar a evitar perdas econômicas resultantes de secas, inundações e do aumento do nível do mar e trazem grandes benefícios, como diminuir a poluição do ar, causadora de milhões de mortes, especialmente em grandes nações emergentes como China e Índia, afirmou o IPCC.
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1. Multiplicação das cabras
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1/8 (Getty Images)
Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o
aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
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2. Adeus ao cafezinho
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2/8 (Alex Silva)
O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
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3. Aumento de problemas cardíacos
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3/8 (David Silverman/Getty Images)
É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
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4. Queda na capacidade trabalho
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4/8 (Getty Images)
Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
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5. Maratonas mais lentas
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5/8 (Einar Hansen/ StockXchng)
Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
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6. Uvas não curtem calor, logo...
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6/8 (Getty Images)
As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
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7. Mais metano, mais aquecimento
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7/8 (Ian Joughin, University of Washington)
Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global.
Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
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8. Guarda-chuva para os Pólos?
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8/8 (Divulgação)