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Empresário do Paraná vai faturar R$ 500 milhões com uma loja de casas de alto padrão

Em 2023, empresa vendeu 560 casas e faturou 380 milhões de reais

Fernando Scheffer, da Espaço Smart: empresa já vendeu 3.500 casas em 10 anos de atuação (Espaço Smart/Divulgação)

Fernando Scheffer, da Espaço Smart: empresa já vendeu 3.500 casas em 10 anos de atuação (Espaço Smart/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 08h20.

Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 18h39.

O cliente entra numa loja e escolhe o produto entre uma gama variada de opções. É um movimento banal no varejo. Poderíamos estar falando de roupas, perfumes ou eletrônicos. Mas não é o caso. Aqui, as opções são de casas a serem construídas. 

Essa é a ideia da Espaço Smart, uma loja de projetos de casas que quer faturar 500 milhões de reais em 2024. 

A empresa, fundada em 2014, vai na contramão do convencional quando se fala em construção civil. Por ali, o cliente não contrata alguém para desenhar o projeto, nem se preocupa com materiais de construção, prazos ou variações de preço. Ele chega na loja, escolhe um projeto, vê quanto custa e compra. Pronto, a empresa vai lá, constrói a casa já desenhada e entrega para o cliente. 

“Para comprar, basta ter um terreno, indicar onde quer que construímos a casa, escolher o projeto e vamos lá construir”, diz um dos fundadores da empresa, o paranaense Fernando Scheffer. 

O foco é o público da Classe A, em padrões mais luxuosos. Uma casa é vendida, em média, por 4.500 a 5000 reais o metro quadrado. Cada moradia tem, em média, 275 metros quadrados. 

No site da empresa hoje há 32 casas à venda. Há unidades que partem de 69.000 reais, mas a maioria fica na média de 400.000 a 600.000 reais, com algumas passando do millhão.

A construção não acontece em alvenaria, mas a seco, com aço galvanizado. É o conhecido steel frame, usado, por exemplo, nas casas modulares que já são tradicionais em países como Estados Unidos e que começam a ganhar escala no Brasil, principalmente no Sul. 

“Com o steel frame, tudo é pré-dimensionado”, afirma Scheffer. “Você não tem desperdício nenhum de material, não tem surpresa orçamentária”. 

No caso da Espaço Smart, os perfis metálicos são feitos internamente, numa fábrica da empresa no Paraná. Depois, as placas são finalizadas em indústrias parceiras. 

Para aproveitar a mão de obra, a empresa vende, além das casas, também só as placas. Essa opção é para engenheiros ou clientes que queiram construir os imóveis fora do sistema da Espaço Smart.

Para fechar o combo de produtos comercializados pela empresa paranaense há os projetos personalizados, com uma equipe de arquitetos que desenvolvem o imóvel do jeito que o cliente quiser. Aí, sim, é pelo método tradicional, mas usando o steel frame.

Com esses produtos todos, a Espaço Smart faturou 382 milhões de reais em 2023. Ao longo do ano, vendeu cerca de 560 casas, o que representa 60% do faturamento total do grupo. Aliás, foi a primeira vez na história da companhia, que completa 10 anos em 2024, que a venda de casas passa os outros negócios, como a venda de perfis metálicos para construção. 

Como a Espaço Smart nasceu 

Scheffer é formado em administração em Curitiba, mas começou a “trabalhar” antes, quando passava as férias escolares na empresa da família, a Águia Sistemas de Armazenagem. Por ali, ia de períodos no chão de fábrica a outros na área comercial, onde fez consultoria em vendas e compras e em cursos de Autocad. 

Quando saiu da faculdade, voltou para a Águia, onde ficou por dois anos, até ajudar a criar o Espaço Smart com Rubens Campos, diretor geral do negócio. “No começo, não tinha um cargo definido e fui buscando especialização no varejo, com uma pós-graduação e eventos nacionais e internacionais, como a NRF”, diz.

Especializado, passou a atuar como gerente comercial da matriz e assumiu, depois, o cargo de diretor de marketing, que mantém até hoje. 

“Desde o início, quisemos criar uma empresa que fizesse algo diferente na construção civil”, afirma. “Nós identificamos, por meio de um benchmarking que fizemos no Japão, lojas que constroem e vendem casas. Entendemos que deveria ser num formato de varejo, para ele estar próximo do cliente”. 

Como a Espaço Smart funciona 

A Espaço Smart fatura de algumas formas diferentes:

  • Projetos prontos: são as vendas das casas prontas. O cliente escolhe a casa que quer no site e a “recebe” no terreno
  • Projetos personalizados: o cliente usa o escritório de arquitetura da empresa e desenvolve um projeto imobiliário
  • Venda de painéis de aço galvanizado: o cliente desenvolve seu projeto do jeito que quiser, mas adquire os materiais da Espaço Smart. 

Hoje, são 32 lojas físicas espalhadas em 12 Estados do Brasil. A maioria das operações fica no Sul e no Sudeste, mas há também unidades no Nordeste e no Centro-Oeste, e duas lojas  no Paraguai.

Além das operações físicas, também há um e-commerce onde é possível comprar os materiais e, também, as casas. 

Para fechar o combo de faturamento, há uma indústria de esquadrias de PVC e uma linha de financiamento próprio para as construções. 

“Temos um hub completo de habitação, e isso é bem importante para o desenvolvimento do negócio”, diz. “Além disso, construções a seco começam a se popularizar no Brasil. Em 2023, crescemos 20%, mesmo com o mercado de casas novas tendo uma queda de vendas”. 

Um desafio da empresa, porém, é fazer com que mais pessoas conheçam e confiem nas construções a seco. Daí a estratégia de ter tanta loja física. 

“Avaliamos que as lojas físicas são fundamentais para aproximar a relação com os consumidores, já que eles podem conhecer detalhadamente os produtos e se sentir mais confortáveis para realizar a compra, seja de um item em específico ou da casa pronta”. 

Quais as metas da Espaço Smart

Para 2024, a meta é atingir o faturamento de 500 milhões de reais. Um dos principais meios para isso é o marketing. A empresa quer investir, principalmente, na divulgação dos produtos que fornece para os popularizar mais no país. 

“É o nosso principal desafio porque hoje, de todo mercado de construção, no máximo 1% é a seco, com steel frame”, afirma. 

Além disso, há um plano de chegar a novos Estados com inaugurações de lojas em 2024, o que ajudará a jogar o faturamento para cima. 

Neste ano, querem subir de 560 para 750 casas vendidas. Na história da empresa, desde 2014, já foram 3.500 moradias comercializadas. 

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