Odebrecht: unidade de defesa registrou queda nas receitas depois que governo cancelou a produção de submarinos nucleares (Paulo Whitaker / Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2016 às 12h19.
A Elbit Systems, empresa de defesa israelense conhecida por fabricar drones e sistemas eletrônicos para aviação, planeja comprar alguns ativos da Odebrecht Defesa e Tecnologia no Brasil, de acordo com duas pessoas familiarizadas com o assunto.
Os ativos estão avaliados em cerca de US$ 50 milhões, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação não é pública. Os ativos fazem parte da Mectron, unidade da Odebrecht Defesa e Tecnologia que desenvolve e fabrica produtos e sistemas de alta tecnologia para usos militares e civis.
A AEL Sistemas, subsidiária brasileira da Elbit, não quis comentar. A Odebrecht Defesa e Tecnologia disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que, “em relação à Mectron, a Odebrecht Defesa e Tecnologia segue em negociação com diversas empresas internacionais”, mas que “permanecerá no setor de defesa, mesmo diante do cenário desafiador, e mantém o compromisso de oferecer soluções estruturantes para o Brasil neste mercado”.
A unidade da Odebrecht, conhecida como ODT, registrou queda nas receitas depois que o governo reduziu o gasto com seu programa de submarinos nucleares pela metade em um momento em que as autoridades trabalham para reduzir o crescente déficit orçamentário em meio à pior recessão do país em um século.
A empresa controladora, que é o maior conglomerado de construção da América Latina, anunciou o congelamento dos novos investimentos no Brasil no ano passado porque a crise de crédito restringiu o acesso ao financiamento após a prisão do então presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, em junho de 2015, como parte da Operação Lava Jato.
Ele renunciou ao cargo para se concentrar em sua defesa e continua preso. Marcelo Odebrecht nega irregularidades.
A Elbit, que no ano passado obteve cerca de 11 por cento de suas receitas na América Latina, ganhou contratos no Brasil em um momento em que o governo está transferindo recursos militares convencionais para a proteção de sua infraestrutura e de seus recursos naturais, em particular na Amazônia e nas regiões costeiras ricas em petróleo.