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Empresa brasileira de créditos podres amplia meta para 2017

A Brasil Distressed pretende investir até R$ 1,5 bi em dívidas em atraso de empresas brasileiras de médio porte, dois terços a mais do que no ano passado

Crédito inadimplentes: a empresa adquiriu cerca de R$ 3 bilhões em dívidas desde sua criação, em 2010 (foto/Thinkstock)

Crédito inadimplentes: a empresa adquiriu cerca de R$ 3 bilhões em dívidas desde sua criação, em 2010 (foto/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2017 às 18h24.

São Paulo - A Brasil Distressed, empresa compradora de créditos inadimplentes também conhecida como BrD, mudou seu quadro de sócios e informou que planeja ampliar as aquisições neste ano.

A BrD pretende investir até R$ 1,5 bilhão (US$ 460 milhões) em dívidas em atraso de empresas brasileiras de médio porte, dois terços a mais do que comprou no ano passado, disse o sócio-gerente Carlos Catraio em entrevista. A empresa adquiriu cerca de R$ 3 bilhões em dívidas desde sua criação, em 2010.

Além disso, a BrD nomeou Márcio Fujita sócio-gerente no lugar de José Guilherme Lembi de Faria, que deixou a empresa, segundo Catraio.

Juntos, Fujita e Catraio possuem 68 por cento da BrD. Os 32 por cento restantes foram vendidos à Araba Comércio de Bens e Participações, controlada pela família Lapa.

As pequenas e médias empresas estão entre as mais prejudicadas pelos dois anos de recessão do Brasil, com cerca de 14 por cento de seus empréstimos inadimplentes ou já reestruturados, segundo dados do Banco Central de dezembro, os mais recentes disponíveis. A fatia é superior aos 11 por cento de um ano antes.

Dados da Serasa Experian mostram que 94 empresas de médio porte pediram recuperação judicial neste ano até abril, número inferior ao recorde histórico de 149 pedidos apresentados no mesmo período de 2016.

Recuperação do crédito

“A crise gera matéria-prima potencial, mas também aumenta a dificuldade da recuperação do crédito porque menos empresas conseguem sobreviver”, disse Catraio.

Mais empresas vêm quitando dívidas nos últimos meses e a economia do Brasil dá sinais de recuperação da crise, a pior da história do País, disse ele.

É por isso que a BrD desistiu de alguns setores, como as empresas que fornecem máquinas pesadas para o setor da construção, segundo Catraio.

“Neste ambiente, assim como o restante do mercado de crédito, nos tornamos mais cautelosos”, disse Fujita, que foi nomeado sócio-gerente em fevereiro, segundo sua página no LinkedIn.

As aquisições da BrD normalmente estão na faixa de R$ 1 milhão a R$ 30 milhões e a companhia não compra portfólios de varejo nem precatórios, disse Catraio.

“Também temos comprado dívidas offshore de devedores brasileiros”, disse ele.

Os investidores em ativos distressed têm corrido para o Brasil. A Lone Star Funds, fundada pelo bilionário John Grayken, está adquirindo a Apoema Capital Partners, uma firma brasileira que gerencia cerca de R$ 4,5 bilhões em ativos distressed, disse uma pessoa informada sobre o assunto em abril.

A Canvas Capital, com participação do Credit Suisse, está criando um fundo de até US$ 600 milhões para investir em ativos corporativos distressed no Brasil, disseram pessoas informadas sobre o assunto em março.

“Poderíamos considerar unir forças com alguma empresa internacional de ativos distressed”, disse Catraio, acrescentando que não há nenhuma negociação do tipo em andamento no momento.

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