A Betterment superou US$ 5 bilhões em ativos sob gestão, transformando-se na primeira empresa independente de robôs assessores a atingir a marca.

O feito coincide com o momento em que as startups de tecnologia estão ampliando o alcance dos serviços de investimento e cobrando comissões mais baixas do que muitos gestores de patrimônio tradicionais.

A pioneira do investimento automatizado ainda é pequena dentro do multitrilionário setor de gestão de patrimônio, mas registra um crescimento substancial desde sua fundação, em 2008.

Os ativos sob gestão somavam US$ 1 bilhão há apenas 18 meses, antes da entrada de novos clientes e dos membros atuais adicionarem mais recursos a suas contas, disse Jon Stein, cofundador e CEO.

Para ajudar a administrar esse rápido crescimento, a Betterment vai contratar Amy Shapero para o novo cargo de diretora financeira. Shapero está no campo da tecnologia financeira há alguns anos, mas também passou pelo Goldman Sachs e pelo Credit Suisse.

O investimento automatizado online está ganhando força nos EUA. Os fundos gerenciados por robôs assessores crescerá de cerca de 0,5 por cento do total de ativos investidos no ano passado para 5,6 por cento em 2020, estima a A.T. Kearney.

Um estudo realizado pela firma de consultoria de gestão no ano passado projeta que a maior parte dos recursos que serão investidos com robôs assessores não está atualmente com gestores de patrimônio, e sim sendo administrados pelos próprios investidores, com alguma orientação ocasional.

Stein e outros têm argumentado que nunca foi uma questão entre robôs assessores contra gestores de patrimônio tradicionais e que o total de recursos é grande o suficiente para todos.

Os robôs assessores oferecem investimento online baseado em algoritmos; os clientes ingressam suas informações e objetivos financeiros para receberem conselhos automatizados.

A Betterment não exige um investimento mínimo e o saldo médio das contas é de US$ 29.000. O maior montante investido por um único indivíduo é de US$ 10 milhões.

O caminho da Betterment até os US$ 5 bilhões nem sempre foi suave. Há apenas algumas semanas, a empresa provocou reações adversas por ter interrompido as negociações dos clientes do início da sessão, às 9h30, até o meio-dia no dia seguinte à decisão do Reino Unido, em referendo, de deixar a União Europeia.

O principal ponto de discórdia foi que a empresa agiu sem alertar seus clientes previamente.

Stein afirma que aquela era a coisa certa a ser feita e que a decisão, inclusive, deu impulso à empresa.

“No auge do interesse da imprensa no dia do Brexit, tivemos um aumento de quase 50 por cento nas adesões em relação à véspera”, disse ele. Ele disse que avaliaria adicionar um alerta ao aplicativo da Betterment. Clientes e observadores de fora se perguntaram o que os robôs assessores fariam em um bear market devido à falta de relacionamento pessoal com um assessor individual.

A Betterment captou US$ 100 milhões em uma nova rodada de financiamento neste ano, elevando sua avaliação a US$ 700 milhões.