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Empregados da Petrobras estão divididos sobre Bendine

Federação Única dos Petroleiros, representante dos empregados da Petrobras, recebeu com resistência a indicação de Aldemir Bendine para a presidência da estatal


	Aldemir Bendine: ele "é mais do mesmo", disse gerente da Petrobras que não quis se identificar
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Aldemir Bendine: ele "é mais do mesmo", disse gerente da Petrobras que não quis se identificar (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 18h16.

Rio - A Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante dos empregados da Petrobras, recebeu com resistência a indicação de Aldemir Bendine para a presidência da estatal, por causa da sua fama de "durão" nas negociações com os funcionários do Banco do Brasil, quando presidia a instituição.

José Maria Rangel, diretor da FUP e ex-conselheiro da Petrobras, diz que isso é "preocupante".

Mas o petroleiro vê como fator positivo na nomeação do novo presidente da Petrobras o fato de ser um homem de confiança do Planalto.

Em sua visão, isso significa que a tendência é que ele continue a defender os interesses de governo, como o controle dos preços dos combustíveis.

A posição é exatamente contrária à do mercado financeiro, que interpreta a intervenção do Estado nas decisões empresariais um entrave à eficiência da Petrobras.

Rangel ainda ressaltou que Bendine traz em seu currículo a liderança do processo de retração dos juros em 2009 e que a sua gestão foi reconhecida pela governança.

Para o diretor da FUP, isso demonstra que as decisões da empresa não eram centralizadas no presidente.

Dentro da estatal, a percepção é de que a diretoria aprovada hoje, em reunião do conselho de administração, representa a continuidade do modelo de administração anterior e que, assim, dificilmente haverá uma "limpeza" na companhia.

Bendine "é mais do mesmo", disse um gerente da Petrobras que não quis se identificar.

Os diretores aprovados interinamente são todos do corpo técnico da estatal, funcionários de carreira da empresa de muitos anos.

Todos eram gerentes-executivos e, por conta dos cargos de chefia, tiveram relação direta com ex-diretores investigados pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato, como Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró.

A exceção é o diretor interino de Abastecimento, Jorge Celestino Ramos, que estava na BR Distribuidora e chegou à controladora há menos de um ano.

Durante a reunião do conselho de administração, a indicação de Bendine para a presidência recebeu um voto contrário do conselheiro representante dos empregados, Silvio Sinedino.

Em sua página do Facebook, ele transcreveu o discurso de justificativa do voto, no qual sugeriu que a diretoria fosse escolhida no mercado como João Elek, que assumiu a diretoria de Governança, Risco e Conformidade. J

á o quadro de gerentes deveria ser eleito internamente, entre os empregados.

"Propomos que a seleção da alta gerência passe a ser feita internamente, pelos próprios trabalhadores da companhia, em eleição direta que indique a este conselho de administração uma lista com três nomes para cada cargo", afirmou Sinedino aos demais conselheiros da Petrobras.

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