Negócios

Empreender com inovação

O paulistano Paulo Fischer começou como produtor de eventos na adolescência e hoje lidera uma empresa de comunicação, big data e inteligência artificial com negócios na América Latina e nos Estados Unidos

Paulo Fischer, da Gotcha: Além de fazer a comunicação, o desafio é participar da gestão para expandir os negócios dos clientes. (Edu)

Paulo Fischer, da Gotcha: Além de fazer a comunicação, o desafio é participar da gestão para expandir os negócios dos clientes. (Edu)

EXAME Solutions
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Publicado em 24 de julho de 2024 às 18h00.

Última atualização em 25 de julho de 2024 às 13h42.

No ensino méido, os amigos do paulistano Paulo Fischer tinham uma só vontade: entrar nas festas mais movimentadas da cidade. Enquanto isso, Fischer ficava em seu quarto com outro desejo em mente: promover a melhor balada de todas.

Nessa época, ele começou a oferecer serviços como produtor de eventos para casas noturnas. O início foi pouco promissor: só 36 pessoas foram à primeira festa de Fischer. Para além do fracasso, ficou ainda o desafio de quitar notas promissórias das despesas da balada — muito acima do volume de receitas dos pagantes —, bem como de lidar com a desaprovação dos pais à carreira de promoter.

Apesar do baque inicial, a festa foi o primeiro passo de uma vida empreendedora bem-sucedida. Aos 17 anos, ele já atendia clubes grandes de São Paulo. Na carteira dele estava a organização de seis festas renomadas, além de uma participação como sócio de duas casas noturnas.

A vocação para o contato com pessoas e a afinidade natural com comunicação e marketing desembocaram na fundação da agência de comunicação Gotcha, anos mais tarde. Para ele, o seu espírito empreendedor veio naturalmente, e ele deixa claro: não é só empreender, é empreender com inovação. “Eu nunca tive vontade de simplesmente ter uma padaria”, diz ele. “Sempre quis buscar soluções diferentes.”

Apesar de não ter formação em publicidade, logo viu aí uma continuação do trabalho como promotor de eventos. O início foi num escritório de 25 metros quadrados, onde trabalhava sozinho conectando emissoras com marcas que queriam crescer rapidamente por meio de infomerciais — nome dado aos programas patrocinados por uma ou mais empresas.

Aos 23 anos, já com uma carreira estabelecida, veio o choque: um diagnóstico de câncer que o tirou do negócio por um ano até a recuperação física e a cura. Então, mais um ponto de virada, desta vez positivo: a conquista de um cliente na área de saúde que dependia de um bom plano para expandir rapidamente. Em dois anos sob os cuidados de Fischer, o cliente saiu de duas para 36 clínicas.

Com investimentos significativos em mídia, a agência começou a atender grandes clientes, como Tenda Construtora, Tekpix, Banco Panamericano e Faculdade Anhanguera. Em 2008, a agência apareceu entre as 30 maiores do Brasil em compra de mídia. Então, Fischer a vendeu para investir numa escola de inglês online com professores nativos.

Depois de alguns meses trabalhando com educação, Fischer resolveu voltar ao mundo das agências de publicidade e fundou a Gotcha. Na volta ao setor, a aposta dele foi fazer a comunicação dos clientes mediante uma participação na estratégia de cada empresa em si — e não apenas na maneira como ela era vista da porta para fora.

Em 2014, a agência fechou uma parceria com a Embracon para mudar de vez a forma como a empresa de consórcios de carros e imóveis vendia seus produtos. O resultado foi a aposta em campanhas na televisão e a ampliação para novos canais de vendas.

A campanha trouxe números volumosos. Apenas no terceiro mês, o faturamento da Embracon chegou a 420 milhões de reais. “Meu desafio não era ser apenas uma agência, mas fazer negócios”, diz ele. “Comecei a entender que meu papel era fazer a empresa crescer e expandir a base de clientes, qualquer que fosse o caminho.”

Tudo mudou novamente na vida de Fischer em 2017.

Na época, ele conheceu o Cartão de TODOS, um programa de benefícios em serviços de saúde, educação e lazer a preços acessíveis. Ele foi contratado para cuidar do marketing do Cartão de TODOS. A missão: montar parcerias estratégicas para fazer o programa de benefícios ser conhecido em todo o país.

Uma das respostas dele ao desafio foi contratar a apresentadora Ana Maria Braga como embaixadora da marca. Deu certo: em 12 meses, o número de beneficiários do Cartão de TODOS cresceu 80%, para 2,2 milhões de famílias ativas. Na ocasião, num evento corporativo do programa de benefícios, o presidente do Cartão de TODOS, Altair Vilar, chamou Fischer ao palco e disse: “Olhem para esta empresa. Com eles, crescemos em um ano o que levamos 15 anos para alcançar anteriormente”, conta.

A boa recepção da campanha levou à fundação da GT7 Marketing, uma joint venture da Gotcha com o Cartão de TODOS para a expansão da carteira de clientes do programa de benefícios. Atualmente, o sistema gera mais de 300.000 leads mensais.

A atuação da Gotcha também se expandiu em novas empresas, formando um ecossistema em torno do “G!”, com expansão internacional da companhia nos Estados Unidos e na América Latina. Na lista de negócios está a empresa de big data e inteligência artificial Datamines, além de participação em negócios das áreas de saúde, pet care, fitness e outros.

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