Maria Ribeiro, da Glamour Acessórios e Makeup: Após experiência frustrada em uma franquia, eu vi a oportunidade de fazer tudo do meu jeito (Glamour/Divulgação)
Estímulo
Publicado em 2 de setembro de 2023 às 08h44.
Última atualização em 2 de setembro de 2023 às 13h44.
A mineira Maria Ribeiro, de 35 anos, se sentia estagnada na profissão e presa em uma rotina cansativa após 10 anos em uma empresa. Após se organizar financeiramente, pediu demissão para buscar um novo caminho. Por meio de pessoas ligadas à família, conheceu um empresário que tinha a proposta de abrir algumas lojas de beleza em Divinópolis, Minas Gerais, e decidiu empreender em 2018.
O negócio era uma franquia que vendia maquiagens e acessórios adulto/infantil e demandou investimentos de R$300 mil, divididos em 30 cheques mensais de R$10 mil. Com uma loja de 140 metros quadrados e localizada, no centro da cidade, a empresa obteve ótimos resultados nos primeiros 6 meses e a loja se pagava.
O otimismo com a franquia não durou muito. Depois do período do Natal, os problemas com o proprietário da marca começaram. Mercadorias faltavam e, quando o proprietário entregava algum pedido, os preços praticados estavam fora de mercado. No geral, eram similares aos praticados aos consumidores finais.
A situação acendeu um alerta vermelho e logo a empreendedora percebeu que o franqueador estava quebrado. “Foi quando vi a oportunidade de fazer tudo do meu jeito, sem seguir as regras engessadas dele. Fiz uma oferta de compra com a obrigatoriedade de diminuir a loja pela metade, devolver móveis sem uso e mercadorias que haviam sido enviadas perto da data de validade, além de mudar o nome da loja”, afirma.
Ela ainda conta que o contrato de venda lhe dava o direito de atuar no mesmo segmento sem nenhum impedimento. Livre do acordo, a empreendedora colocou o seu próprio modelo em ação, dando uma nova cara ao negócio e nome. Nascia a Glamour Acessórios e Makeup.
Formada em Administração com ênfase em Marketing e Negócios, Maria usou os conhecimentos para investir em novas estratégias e observar as mudanças de mercado, movimentação com a qual conseguiu tracionar a empresa no ano passado ao aplicar o conceito omnichannel.
Na loja física, ela faz as vendas dos produtos cosméticos, perfumarias e acessórios, e transformou o espaço em um ponto de coleta Pegaki da Shopee (onde os lojistas que vendem na plataforma deixam seus pedidos diariamente na loja, com a coleta diária da Shopee).
Entre as estratégias digitais, colocou os produtos em marketplaces como Shopee, Mercado Livre, Magalu, Americanas, Amazon e no próprio site. Com o conhecimento acumulado, implementou uma mentoria individual para empreendedores começarem a vender na Shopee. Com investimento de 6.000 reais, os projetos duravam seis meses com uma aula semanal.
Com a soma das iniciativas, a empresa registrou faturamento de 270.000 em 2022. “Em 2022, estourei de vender na Shopee e me tornei um ponto Pegaki. Além de ser uma renda extra, pois recebo por cada pacote, esse valor passou a cobrir as despesas fixas da loja e gerou um marketing gratuito” diz. Neste ano, o negócio cresce em ritmo mais acelerado e fez 230.000 nos primeiros seis meses.
Um passo importante nesta trajetória para estruturar o modelo de negócio foi a parceria com o Estímulo, fundo de impacto do Brasil que oferece a pequenos empreendedores soluções como crédito facilitado, capacitação personalizada e uma forte rede de conexão.
Em 2021, a empreendedora recebeu cerca de R$30 mil em recursos, valor usado para a compra de mercadorias e para acertar contas atrasadas. O novo fôlego permitiu a ela reestruturar a empresa para as novas ofertas de serviços.
Com a evolução do negócio, Maria está reformulando o site, deixando mais atrativo e mais acessível para a clientela. Em paralelo, a empresa vem obtendo crescimento expressivo nos marketplaces.