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Como um abadá de academia levou esta empreendedora a criar marca fitness de R$ 5 milhões

Para Rayssa Thebaldi, ver as pessoas malharem com roupas pouco bonitas era uma oportunidade de negócio; hoje, marca criada por ela fatura R$ 5 milhões e exporta para quatro países

Rayssa Thebaldi, fundadora da Água Azul: marca de roupas fitness fatura R$ 5 milhões (Água Azul/Divulgação)

Rayssa Thebaldi, fundadora da Água Azul: marca de roupas fitness fatura R$ 5 milhões (Água Azul/Divulgação)

Para a empreendedora Rayssa Thebaldi, a ideia de ir à academia vestindo roupas feias e fora de moda era algo inaceitável. Conforto, para ela, também tinha relação com o estilo.

Formada em química e com uma carreira de longa data em uma multinacional mineradora, ela sempre buscou algo que pudesse despertar nela algum tino empreendedor. Nesse cenário, a paixão pela moda e a indignação com os visuais cafonas — o que inclui os famosos abadás — nas academias serviram de estímulo para que ela criasse, em 2018, a Água Azul, marca de roupas e acessórios fitness.

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Com algumas folhas à mão, ela passou a desenhar, uma a uma, as peças que iriam compor as coleções de calças, shorts e camisetas de academia. “Sempre soube que haviam marcas dominantes nesse segmento de roupas para prática de esportes, mas ainda assim era um mercado oportuno e que pouco olhava para o estilo”, diz.

No início, o investimento de Thebaldi na empresa foi de R$ 800, o que incluiu custos com a compra dos tecidos e o pagamento à costureira contratada para confeccionar as peças. Com uma lógica de vendas porta a porta, ela oferecia as peças para clientes na cidade de Vilha Velha, no Espírito Santo. “Andava para cima e para baixo com a minha mala de roupas”, conta.

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Pouco tempo depois, ela percebeu que o melhor jeito de expor as peças, que tinham como premissa básica o diferencial pelo design, seria com uma página na internet. Então, criou um perfil no Instagram e um e-commerce próprio que, pouco a pouco, passaram a render bons resultados. “Meu desejo é que as roupas tenham um toque diferente, com mais estampas, cores e uma pegada mais jovem”.

Na pandemia, o negócio deslanchou. Mesmo com o fechamento intermitente de academias e centros esportivos, a busca por roupas de academia cresceu. Segundo Thebaldi, foi uma resposta imediata ao interesse pelos exercícios em casa. “Cresci 400% na pandemia, o que me levou a sair de uma loja pequena e investir num centro de distribuição próprio”.

Com a mudança, hoje a Água Azul tem uma confecção própria e fica a cargo de todas as pontas da operação, da criação das peças e armazenamento até a entrega às compradoras. Para isso, um time de 25 funcionários compõem as áreas de marketing, design, jurídico e recursos humanos. A produção, ainda terceirizada, é feita por 17 costureiras da região.

Apoiada em uma estratégia digital que conta com a parceria com influenciadores digitais que divulgam a marca na internet e também com a atenção à experiência do cliente — clientes da Água Azul recebem até caixinhas personalizadas — a empresa, quatro anos após a fundação, fatura R$ 5 milhões e exporta para outros quatro países.

Segundo a empreendedora, o próximo passo é levar a produção também para dentro de casa. Além disso, o objetivo é ampliar o mix de produtos, que já conta com bolsas e bonés, e passar a vender também calçados. “Vemos que há uma identidade da marca, pois uma consumidora que usa a roupa também usa a bolsa e o boné, por exemplo. É uma chance de fidelizar este cliente”, diz.

Agora, Thebaldi quer aproveitar o bom momento da empresa para também formatar o negócio para um modelo de franquias. “A meta é ter 1 milhão de faturamento por mês neste ano, e com certeza ter um modelo sólido como o das franquias vai ajudar”, conclui.

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