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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
Paris - A Embraer prevê uma recuperação nas entregas de jatos regionais nos próximos dois anos, com a indústria de aviação comercial tendo uma recuperação mais forte que a esperada.
"Até 2012 poderemos voltar aos níveis recordes de 2008", disse Luiz Chiessi, vice-presidente de inteligência de mercado da fabricante de jatos, à imprensa nesta quarta-feira.
Chiessi disse que a Embraer vai entregar cerca de 90 unidades da família de jatos da família E-jet este ano, contra quase 120 em 2009. Em 2012, a companhia pode entregar entre 140 e 160 jatos, com uma melhora já observada em 2011.
Em 2008, a Embraer entregou 160 aviões da família de aparelhos que comporta entre 80 e 120 assentos. A previsão veio um dia depois que a Boeing anunciou planos para aumentar a produção de jatos de menor porte, pela segunda vez este ano. A Airbus também está aumentando sua produção.
As companhias aéreas esperam voltar ao lucro em uma base global este ano após recessão de dois anos no setor. A exceção é a Europa, que está enfrentando uma crise de dívida.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) disse que os dados provisórios de maio sugerem uma forte recuperação no tráfego - que recuou durante abril por conta da entrada em erupção de um vulcão islandês - embora veja riscos futuros para a Europa.
A Embraer concorre principalmente com a canadense Bombardier no mercado de aeronaves com 60 a 120 lugares, mas ambas também estão invadindo o mercado de aviões com mais de 100 lugares, controlado por Airbus e Boeing.
A companhia está estudando a possibilidade de atualizar seus aviões E-Jet regionais para melhorar a eficiência no consumo de combustível.
Qualquer melhoria envolveria uma evolução dos modelos já existentes com motores novos ou asas modificadas. A fuselagem seria mantida, disse Chiessi, acrescentando que a decisão será tomada no segundo semestre deste ano.
O executivo também disse que a empresa não negocia cooperação com a EADS, controladora da Airbus, apesar das breve indicações surgidas da empresa europeia na semana passada.
Chiessi disse que as companhias discutiram uma cooperação no passado, quando a EADS tinha ações da Embraer, mas "agora não há nada na mesa".
"Não posso decidir o que comer de almoço se não há nada no menu", afirmou ele a jornalistas.
O presidente-executivo da EADS, Louis Gallois, afirmou em entrevista em Berlim, na semana passada, que a companhia europeia tinha interesse "em encontrar maneiras de parceria" com a Embraer. Pouco depois o executivo minimizou rumores sobre uma aliança.
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