Modelo Embraer Phenom 300: em entregas de jatos, a Embraer começou com 2,7% de participação em 2005 e atingiu 19% do volume de entregas em 2010 (Rafael Cusato)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2011 às 13h23.
São Paulo – A Embraer está expandindo sua rede de oficinas autorizadas no Brasil e dobrando a capacidade do centro de serviços em São José dos Campos, em área e número de mecânicos e também aumentando o número de mecânicos em Congonhas.
Essas ações estarão prontas até o final de 2011. A empresa não abre o volume de investimentos. No segundo semestre de 2012, a Embraer vai inaugurar em Guarulhos o centro de treinamento para Phenon 300 – as bases de treinamento hoje são nos Estados Unidos e na Inglaterra.
“Vamos continuar investindo em peças, materiais, treinamentos, centro de serviços, de forma a ter atendimento em todas as regiões do mundo”, disse Marco Tulio Pellegrini, COO. A empresa tem uma rede própria e autorizada que soma cerca de 50 centros de treinamento no mundo – desse total, seis são próprios.
O foco dos investimentos está nas regiões onde a frota cresce mais. A empresa pretende expandir seus serviços na América Latina (especialmente no Brasil) e também na Ásia. “Nos EUA e Europa temos uma rede bem estabelecida”, disse Edson Mallaco, diretor de suporte e serviços de aviação executiva. Desde o começo da aviação executiva, a Embraer investiu 200 milhões de dólares na área de suporte.
Em entregas de jatos executivos, a Embraer começou com 2,7% de participação em 2005 e atingiu 19% do volume de entregas em 2010. Há mais de 440 jatos executivos distribuídos no mundo. “Há o desafio dos serviços, o jato tem que ser confiável e você tem que estar pronto pra atende-lo independente do local”, disse Pellegrini.
Fábrica EUA
A Embraer trabalha na implantação de uma fábrica em Melbourne, nos Estados Unidos. O investimento na unidade alcança 50 milhões de dólares. A unidade deve empregar 200 funcionários.
No mundo, há 18.000 jatos executivos. Desse total, 60% está nos Estados Unidos, o México tem a segunda frota em volume e o Brasil a terceira.
Crise
“Não sabemos a dimensão da crise que está se instalando, mas nossa visão (antes dela) era um crescimento sustentado a partir de 2012, voltando aos níveis de 2008”, disse. O número mais baixo, em volume de jatos a ser entregue, foi atingido pela Embraer após a crise de 2008 – mesmo assim, os Estados Unidos continuaram sendo o cliente mais representativo, na época.
As companhias aéreas norte-americanas representam 33% dos pedidos firmes em carteira que ainda precisam ser entregues pela Embraer. São 87 encomendas de um total de 261.
Após a crise de 2008, os lucros das grandes fabricantes despencaram, segundo Pellegrini. Mas a recuperação já aconteceu, “estamos voltando aos níveis de 2006 e 2007”, afirmou. E logo agora, as empresas tem que enfrentar uma nova turbulência na economia mundial.
“Não sentimos nesse momento nenhum reflexo (da crise), o que não quer dizer que não teremos”, disse Pellegrini. O desempenho de vendas de jatos executivos está diretamente relacionado aos aspectos econômicos, segundo o executivo.