Embraer disse nesta terça-feira que a Kalstar Aviation fará leasing de dois jatos E-195 por meio da irlandesa Aldus Aviation (Eric Piermont/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 10h19.
Cingapura - A fabricante brasileira de aeronaves Embraer vai fornecer seus primeiros jatos para uma companhia aérea da Indonésia, em um momento em que empresas do sudeste asiático preocupadas com custos buscam aviões menores para atender cidades de porte médio de maneira mais eficiente.
A Embraer disse nesta terça-feira que a Kalstar Aviation, sediada na província Kalimantan, na Indonésia, fará leasing de dois jatos E-195 por meio da irlandesa Aldus Aviation.
A maior fabricante mundial de aviões regionais tem quase 200 aviões comerciais em serviço na região da Ásia Pacífico, em 20 operadoras.
Embora pequeno, o acordo com a Kalstar ocorre em um cenário de intensificação da concorrência no mercado de jatos regionais, com a japonesa Mitsubishi Aircraft entrando em um segmento no qual a canadense Bombardier também atua.
Em fevereiro do ano passado, a Embraer fechou seu primeiro grande acordo na Índia, uma encomenda de 50 jatos avaliada em 2,94 bilhões de dólares. O negócio foi acertado com a companhia iniciante indiana Air Costa.
"O que está acontecendo agora é que estamos obtendo bastante desenvolvimento da renda em cidades de porte médio e pequenas e, por definição, elas não são grandes o bastante para suportar altas frequências com 737s (da Boeing) e A320s (da Airbus) e fazê-lo rentavelmente", disse John Slattery, vice-presidente comercial da Embraer Commercial Aviation, à Reuters.
Nos últimos anos, o sudeste da Ásia emergiu como uma região disputada por Airbus e Boeing, com empresas como AirAsia e Lion Air fazendo encomendas de aeronaves de um corredor como os A320s e 737s para atender a uma população de 600 milhões de pessoas.
Mas Slattery disse que 80 por cento das companhias aéreas da região Ásia Pacífico não eram rentáveis em 2014 a medida que a intensa competição força as empresas a reduzir preços para ocupar os assentos.
Conforme aeroportos maiores e centros de conexões se tornam mais cheios e a demanda por serviços cresce para viagens com destino e entre cidades menores, a Embraer vê uma abertura de mercado para sua família de jatos que transporta entre 70 e 130 passageiros.
"Não estamos dizendo que queremos substituir A320s, 737s, ATRs. Nós complementamos as aeronaves maiores de um só corredor", disse Mark Dunnachie, chefe de vendas da Embraer para aviação comercial na Ásia Pacífico.
A Kalstar, que tem frota de mais de dez aviões incluindo turboélice da ATR atendendo locais como Berau e Semarang, pretende abrir novas rotas e frequências com os aviões da Embraer, disse o presidente-executivo da Kalstar, Andi Masyhur.