Paulo Cesar de Souza e Silva: a Embraer disse que a transição da chefia da empresa está programada para ocorrer até o fim de 2016 (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 19h39.
São Paulo - A fabricante de jatos Embraer anunciou nesta quinta-feira uma inesperada troca no comando da companhia, que a partir de julho será presidida por Paulo Cesar de Souza e Silva no lugar de Frederico Curado.
Silva é atualmente vice-presidente para o segmento de aviação comercial, área responsável pela maior parte da receita da Embraer, e está na companhia desde 1997.
Ele é formado em Economia pela Universidade Mackenzie e possui um MBA na Suíça. Em um breve comunicado à imprensa, a Embraer disse que a transição da chefia da empresa está programada para ocorrer até o fim de 2016, apesar da transferência do cargo acontecer no mês que vem.
A companhia não deu detalhes sobre os motivos da mudança. Procurada pela Reuters, a Embraer disse que não faria comentários adicionais sobre o assunto.
"Após mais de 32 anos na Embraer, 22 dos quais na diretoria, estou completando um ciclo em minha carreira e passarei a me concentrar em outras atividades profissionais e pessoais. Com o Paulo (Cesar de Souza e Silva), a Embraer estará em ótimas mãos", disse Curado no comunicado.
Três analistas de mercado consultados pela Reuters disseram que não havia qualquer expectativa de mudança na presidência da Embraer neste momento.
Durante os mais de nove anos sob a presidência de Curado, a Embraer consolidou sua posição de terceira maior produtora mundial de aviões comerciais, além de ter ampliado o portfólio de produtos na aviação executiva e na área de defesa.
A empresa está desenvolvendo a segunda geração de sua família de aeronaves comerciais E-Jets, tendo já assegurando vendas expressivas para os novos aviões. Além disso, a companhia trabalha no cargueiro KC-390, o maior avião já produzido no Brasil, tendo como cliente inicial o governo brasileiro.
Mas a Embraer também é alvo de investigações nos Estados Unidos e no Brasil a respeito de suposto pagamento de propina para fechar a venda de aeronaves militares à República Dominicana.
Em meados de março, o The Wall Street Journal noticiou que um consultor de vendas teria dito a procuradores brasileiros acreditar que os principais executivos da empresa, incluindo o presidente-executivo Curado, sabiam dos pagamentos ilícitos.
Procurada naquela ocasião, a Embraer disse que não poderia comentar as alegações contra seus executivos, por serem aparentemente vazadas de uma declaração confidencial de um réu em um processo que tramita em segredo de Justiça no Brasil e não estaria disponível para a empresa.