Embraer: a empresa inaugurou no 1º semestre seu primeiro escritório no Rio (Matthew Lloyd/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2014 às 14h13.
Rio - Prestes a completar 45 anos de mercado, a Embraer aposta na diversificação do seu portfólio para replicar em outros mercados a experiência de sucesso na tecnologia aeronáutica.
De olho no mercado de óleo e gás, a empresa inaugurou no primeiro semestre seu primeiro escritório no Rio, direcionado para a recém-criada unidade Embraer Sistemas, que visa oferecer seu "know-how" na integração de sistemas e tecnologias.
"Nosso movimento me parece único, na nossa visão de mercado, é o primeiro movimento concreto de uma empresa com essas credenciais, de experiência e conhecimento tecnológico, a oferecer soluções para este mercado", diz Daniel Mocczydlower, CEO da companhia.
Esta é a quarta unidade de negócios da empresa, que aposta na desconcentração do foco no mercado de aviação comercial, que já chegou a representar 80% do volume de negócios e hoje responde por pouco mais de 50% de todo o faturamento do grupo.
A área de Aviação Executiva, criada em 2000, hoje detém o título de fabricante da aeronave mais vendida do mundo. Em 2010 foi inaugurada a divisão de Defesa e Segurança, que já possui contratos com o Exército para fornecimento de aeronaves e sistemas de monitoramento de fronteiras.
A Embraer Sistemas consolida o processo de expansão, que poderá atender também aos mercados de mineração e agronegócios.
"A expectativa dentro do conselho é no horizonte do planejamento estratégico de 15 anos, uma vez que nossa indústria tem ciclos longos. Nesse período, esperamos que a unidade possa se consolidar com participação significativa nos resultados, como as demais unidades. A expectativa é alta em função do tamanho do mercado que pretendemos abarcar".
A análise do grupo é de semelhança nas demandas por eficiência, segurança e controle dos processos e equipamentos do mercado de óleo e gás e aviação.
"São sistemas que precisam de alto nível de confiabilidade e com sistemas de segurança que, apesar de quase não serem acionados, precisam estar prontos para ser ativados. Vamos trabalhar com a modelagem e integração de sistemas, além do controle de qualidade", destacou Daniel Mocczydlower.
Mercado externo
O objetivo é, "mais cedo possível", ampliar a atuação para o mercado externo. "Faz parte da nossa vocação", avalia Mocczydlower . Segundo ele, essa expansão diminui a dependência do mercado nacional.
"É uma plataforma de lançamento, mas a expectativa é diversificar os mercados e os clientes para garantir a sustentabilidade do negócio", completa o executivo.
Até o momento, entretanto, a nova unidade possui apenas um acordo com a Petrobras para identificar soluções de sistemas e equipamentos que monitoram os poços e fluxos de óleo.
Ainda não há um contrato oficial, mas a expectativa é de formalização "iminente", segundo o CEO da nova unidade. De acordo com ele, a expectativa é grande em função da vitrine oferecida pela Petrobrás.
"Ela é um dos players mais acompanhados e reconhecidos na exploração de petróleo em águas profundas. Quanto maior é a lâmina d'água, o desafio tecnológico é maior. A partir do movimento da Petrobras, é possível que haja uma mudança da indústria. Esse é o objetivo, atender à Petrobras e também ser interessante para toda a indústria", destaca Mocczydlower.
O projeto com a estatal deverá durar até dois anos de desenvolvimento, voltado para análise de sistemas BOP (Blow-Out-Preventer), responsável pelo controle de vedação dos poços.
A unidade recém-criada também já foi selecionada pelo programa InovaPetro, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Finep, para o desenvolvimento de tecnologia de inspeção de dutos submarinos. O projeto ainda está em estudo de viabilidade técnica e financeira.