Negócios

Em reestruturação, Shell anuncia corte na força de trabalho das divisões de exploração

Redução de pessoal atinge áreas de geologia e engenharia como parte da estratégia de redução de custos da empresa

Em reestruturação, Shell quer cortar custos das divisões de exploração de petróleo e gás. (Toby Melville/Reuters)

Em reestruturação, Shell quer cortar custos das divisões de exploração de petróleo e gás. (Toby Melville/Reuters)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 08h42.

A Shell revelou planos de reduzir em 20% sua força de trabalho nas duas divisões de exploração de petróleo e gás, uma decisão que reflete a estratégia de corte de custos em curso liderada pelo CEO Wael Sawan. Essa reestruturação, que já afetou outras áreas da empresa, agora chega ao coração do negócio, responsável pela exploração e desenvolvimento de novas descobertas de petróleo e gás. As informações são do Financial Times.

Os cortes de empregos afetarão geólogos, geofísicos e projetistas de poços de petróleo e gás, profissionais técnicos fundamentais para a originação e maturação de novas oportunidades de exploração. Parte das reduções de pessoal também virá da fusão de departamentos técnicos de diferentes setores da Shell, uma medida que visa otimizar as operações e eliminar redundâncias. As negociações com os funcionários estão em andamento, e os planos ainda não foram finalizados, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.

Desde que assumiu o comando da Shell em 2022, Sawan comprometeu-se a reduzir as despesas operacionais da empresa em até 3 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 16,9 bilhões) até o final de 2025. Em 2023, as despesas operacionais da Shell totalizaram 40 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 225 bilhões), e até o início de agosto, Sawan já havia implementado economias de 1,7 bilhão de dólares (aproximadamente R$ 9,57 bilhões) . O CEO indicou que continuará a simplificar a estrutura organizacional da empresa, mesclando cargos de gestão e substituindo funções administrativas por tecnologias avançadas, com o objetivo de melhorar a eficiência e reduzir os custos.

Questões sobre a estratégia

A decisão de cortar empregos nas divisões de exploração levanta questões sobre o futuro da estratégia de exploração da Shell. Embora a empresa tenha argumentado que a exploração é vital para reabastecer recursos à medida que são esgotados e para descobrir novos campos lucrativos, a extensão desses cortes sugere um possível redimensionamento da carteira de exploração.

O mercado, no entanto, tem respondido positivamente à estratégia de Sawan. As ações da Shell subiram mais de 8% no acumulado do ano, superando o desempenho de seus principais concorrentes. Os investidores parecem acolher favoravelmente o foco renovado de Sawan nas operações principais da empresa e na consistência dos retornos aos acionistas. Com a continuação dos cortes e a promessa de uma estrutura mais enxuta e eficiente, a Shell busca fortalecer sua posição em um mercado global de energia cada vez mais competitivo.

A Shell continua a enfatizar a importância da exploração para seu modelo de negócios, mas os cortes sugerem uma abordagem mais seletiva e focada, com a empresa provavelmente direcionando seus recursos para as áreas de maior potencial e retorno. Com isso, a Shell visa não apenas a redução de custos, mas também a maximização da eficiência e a sustentabilidade de longo prazo em suas operações globais.

Acompanhe tudo sobre:DemissõesShellCombustíveisPetróleo

Mais de Negócios

Esta empresária catarinense faz R$ 100 milhões com uma farmácia de manipulação para pets

Companhia aérea do Líbano mantém voos e é considerada a 'mais corajosa do mundo'

Martha Stewart diz que aprendeu a negociar contratos com Snoop Dogg

COP29: Lojas Renner S.A. apresenta caminhos para uma moda mais sustentável em conferência da ONU