BYD quer usar fábrica no México para diminuir tarifas de entrada nos Estados Unidos e Canadá. (Peerapon Boonyakiat/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 4 de setembro de 2024 às 09h06.
A maior fabricante de veículos elétricos da China, a BYD, decidiu adiar o anúncio de um grande investimento em uma fábrica no México até pelo menos o término das eleições presidenciais dos Estados Unidos, que ocorrerão em novembro de 2024. Essa decisão reflete as incertezas em torno das políticas americanas e o impacto que o resultado eleitoral pode ter sobre os negócios globais. As informações são da Bloomberg.
De acordo com fontes próximas ao assunto, a BYD havia explorado três possíveis locais para o estabelecimento de uma fábrica no México, incluindo a área de Guadalajara, considerada um polo tecnológico no país. No entanto, a montadora suspendeu suas buscas temporariamente, à espera do desenrolar das eleições americanas, que podem influenciar diretamente as relações comerciais entre os dois países. A competição entre o ex-presidente Donald Trump e a vice-presidente Kamala Harris cria um cenário instável para decisões estratégicas de investimento.
O adiamento por parte da BYD não significa que a ideia de construir uma fábrica no México foi completamente descartada. Fontes afirmam que os planos podem ser retomados ou até mesmo revisados após a definição do novo governo nos Estados Unidos. Essa cautela é justificada, principalmente, pelas ameaças feitas por Donald Trump, que sugeriu a imposição de tarifas sobre produtos fabricados no México, caso seja eleito.
Essa postura de Trump, que também recebeu apoio público do CEO da Tesla, Elon Musk, pode afetar diretamente o futuro de investimentos no país. A Tesla, que já havia anunciado planos para construir uma mega fábrica no estado de Nuevo León, México, também colocou seus planos em espera, aguardando o resultado das eleições nos EUA. Estima-se que o investimento total da Tesla ultrapasse os US$ 10 bilhões (R$ 56,5 bilhões).
Embora a BYD tenha afirmado anteriormente que a produção em uma eventual fábrica no México seria voltada para o consumo local, a possibilidade de exportar seus veículos elétricos acessíveis para o vasto mercado automotivo dos EUA é bastante atrativa. No entanto, essa perspectiva enfrenta desafios, já que o governo americano está intensificando as políticas protecionistas para garantir que a produção de veículos elétricos ocorra dentro de suas fronteiras, priorizando a geração de empregos locais.