Heitor Villar, diretor de negócios, Lucas Xavier, ceo da Eclipse Works: no nosso segundo ano, nós estamos fazendo R$ 2,4 milhões em receita contratada por mês (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 30 de julho de 2024 às 09h15.
Última atualização em 30 de julho de 2024 às 11h50.
Com pouco mais de 18 meses de vida, a Eclipseworks está fazendo a sua primeira aquisição. A empresa funciona como uma consultoria de tecnologia mão na massa para gerar negócios para os seus clientes. Além de estratégias, constrói software e desenvolve produtos digitais com soluções de experiência dos consumidores.
Para agregar novos serviços, a Eclipse concluiu a fusão com a nScreen, startup mineira com mais de 8 anos de atuação e dedicada a projetos em nuvem e inteligência artificial. Lançada em 2016, a empresa foi criada como uma unidade tecnológica do Grupo eMotion, dos sócios Túlio Mêne e Nilio Portella, também investido da gestora Bossa Invest (ex-Bossa Nova). No ano passado, fechou com faturamento em torno de R$ 6 milhões.
“Nós incorporamos a nScreen, que oferece serviços de cloud e inteligência artificial (IA). Inteligência artificial era uma capacidade que nós não tínhamos e que agora passamos a contar a partir dessa aquisição”, afirma Lucas Xavier, fundador e CEO da Eclipseworks.
A negociação envolveu apenas troca de ações. Os sócios da nScreen receberam 25% de participação na Eclipse - os outros 75% estão nas mãos de Xavier - e devem aportar cerca de 1 milhão para fazer a unificação de caixa, prevista para setembro.
As operações foram unificadas e somam um time de 110 pessoas, com os sócios da nScreen ocupando posições estratégicas na nova estrutura. Nesta primeira fase da transição, a startup mineira passa a assinar como “nScreen Eclipseworks”.
A fusão entre os negócios deve gerar uma receita mais diversificada para a Eclipse, atualmente muito dependente do mercado financeiro. Os bancos Master e BMG são os principais clientes da startup e respondem por mais de 50% de todo o negócio.
Na Screen, estão nomes como a rede de comunicação Itatiaia, a Pif Paf Alimentos, a operadora Claro, a construtora MRV e o banco Inter. “Esse foi outro ponto estratégico para nós”, afirma Xavier. “Juntando as duas operações, 70% da nossa receita vem do mercado financeiro, mas não queremos restringir a nossa atuação em outros mercados”.
O empreendedor de 25 anos está em sua segunda startup. A primeira foi a Enable, uma consultoria de tecnologia com foco em desenhar processos ágeis, treinar equipes e desenvolver projetos. Após a venda em 2020, Xavier entrou para a Raro Labs, em Belo Horizonte, de onde saiu no para fundar a Eclipseworks.
A startup encerrou o primeiro ano de operação com receita operacional líquida de R$ 2,9 milhões, resultado que a classificou na 15ª posição na categoria Novatas do ranking EXAME Negócios em Expansão 2024.
"Hoje, nós estamos fazendo R$ 2,4 milhões em receita contratada por mês", diz."Sem contar com a nScreen, nós devemos fechar com mais R$ 30 milhões neste ano e prevemos dobrar de tamanho no ano que vem". O objetivo é manter o modelo de crescer sozinho, sem precisar recorrer a rodadas de captação. A operação está no azul desde o primeiro dia, segundo o fundador.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.
A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 e 600 milhões de reais. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.
São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.