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Elogios à Foxconn geram desconfiança sobre auditorias

Presidente da Fair Labor Associations afirmou ter testemunhado um ambiente tranquilo e de "primeira classe"

Fábrica da Foxconn em Shenzhen: palco de 14 suicídios em 18 meses (Voishmel/AFP Photo)

Fábrica da Foxconn em Shenzhen: palco de 14 suicídios em 18 meses (Voishmel/AFP Photo)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2012 às 18h54.

São Paulo - Dias depois do anúncio da realização de auditorias em fornecedoras da Apple, o presidente da Fair Labor Associations (FLA), ONG responsável pelo trabalho, teceu elogios sobre as condições de trabalho na Foxconn. A diversos veículos internacionais, o executivo afirmou ter testemunhado um ambiente tranquilo e de "primeira classe".

A declaração gerou desconfianças sobre a validade das investigações, principalmente levando em consideração o histórico de acidentes e suicídios em várias unidades da fabricante chinesa. Em entrevista ao The New York Times, outro membro da FLA que participou das vistorias, Jorge Perez-Lopez, reforçou que o "trabalho da instituição não tem por base as primeiras impressões". "As conclusões serão tiradas quando o relatório completo for divulgado", tranquilizou Lopez.

Dezenas de empregados serão entrevistados para impedir maquiagem das reais condições de trabalho enquanto a auditoria for realizada. Mesmo assim, as afirmações levantaram suspeitas de entidades de defesa dos direitos humanos. "Estou impressionado que a FLA deu carta branca a uma das companhias mais notórias por abusos, baseada apenas num tour guiado promovido pelos próprios empresários", afirmou ao jornal americano o líder do Consórcio de Direitos Trabalhistas, Scott Nova. A organização monitora diversas fábricas em todo o mundo com o apoio de universidades.

A fundadora da Verite, Heather White, fundação que desenvolve trabalho semelhante, classifica como "prematura" a afirmação da FLA. "Ele não deveria fazer nenhum comentário antes da entrevista com os empregados", disse Heather. "Ele sequer fala chinês e não é um auditor qualificado para tirar esse tipo de conclusão", acusou a ativista.

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